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Livro didático será publicados sem ‘influência de grupos sionistas’, promete editora britânica

Protesto sionista em frente à embaixada israelense de Londres, Inglaterra, em 23 de maio de 2021 [Hollie Adams/Getty Images]

A editora britânica Pearson prometeu que seu próximo livro didático sobre o Oriente Médio, a ser publicado em breve, não sofrerá qualquer influência em termos de conteúdo ou acesso de grupos sionistas que agem no Reino Unido.

A corporação internacional da área de educação, que acompanha exames de qualificação para alunos de 14 a 16 anos em todo o Reino Unido, chegou às manchetes sobre dois de seus livros didáticos, após informações de que seu conteúdo foi alterado substancialmente sob pressão de grupos sionistas.

Detalhes das adulterações “tendenciosas” e “equivocadas” foram compilados pelo historiador John Chalcraft e pelo especialista em letras árabes James Dickins, ambos membros do Comitê Britânico para as Universidades da Palestina (BRICUP).

Seu artigo de oito páginas expôs mudanças “perigosamente deturpadas” nos livros intitulados “Conflito no Oriente Médio” e “Oriente Médio: Conflito, Crise e Reforma”, de autoria de Hilary Brash, encaminhados a centenas de milhares de estudantes do ensino médio.

As alterações foram feitas após uma intervenção do Conselho de Representantes de Judeus Britânicos (BoD), em parceria com a organização britânica Lawyers for Israel (UKFLI). Ambas estão entre os grupos de lobby sionista mais ativos no Reino Unido.

A Pearson enfim recolheu os livros didáticos adulterados em junho. A editora confirmou neste mês sua parceria com a organização beneficente Parallel Histories, a fim de desenvolver novos materiais didáticos sobre a matéria.

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Ao escrever para o periódico Time Higher Education, Chalcraft conclamou os professores a exercerem cautela perante o enviesamento de livros didáticos. Ao denunciar a “influência indevida de grupos pró-Israel em livros de história”, Chalcraft exortou diálogo para impedir casos similares de ingerência no futuro.

Chalcraft observou ainda que o texto modificado “parecia revisado por advogados a serviço de um cliente [Israel], ao invés de historiadores a serviço de crianças em idade escolar”.

Igualmente problemática, advertiu o acadêmico, foi a descoberta de que “grupos de lobby sionista foram convidados ao processo editorial e colaboraram com a Pearson por meses e meses”. Chalcraft reiterou que nenhum grupo palestino foi contactada para tanto.

Chalcraft e Dickins, segundo o relato, receberam garantias da companhia editorial de que nenhum grupo de lobby está envolvido na produção dos próximos materiais didáticos.

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