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Israel mata filha de falecido poeta palestino Refaat Alareer, em Gaza

Fotografia do renomado poeta palestino Refaat Alareer, morto por Israel em Gaza, é exibida em meio a protesto contra o genocídio israelense, na cidade de Colônia, na Alemanha, em 9 de dezembro de 2023 [Ying Tang/NurPhoto via Getty Images]

Shaima Alareer, filha do poeta e acadêmico palestino Refaat Alareer, foi morta por um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza, nesta sexta-feira (26), cerca de quatro meses depois de seu pai ser assassinado de maneira similar.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Shaimaa Alareer, seu marido e seu filho pequeno foram mortos por um bombardeio israelense contra sua casa, no bairro de al-Rimal, na zona oeste da Cidade de Gaza”, confirmou uma fonte médica no Hospital al-Shifa — maior complexo de saúde do enclave sitiado, semi-operante após ataques israelenses em março.

“Os corpos dos três mártires foram trazidos ao hospital hoje, sexta-feira, após serem extraídos dos escombros de sua residência”, acrescentou a fonte.

Shaimaa, filha mais velha de um dos mais famosos autores e tradutores palestinos, casou-se a cerca de um ano e meio com o engenheiro Mohammed Seyam e deu à luz a seu primogênito há apenas quatro meses.

Refaat Alareer foi assassinado, junto de diversos membros de sua família, por um bombardeio israelense contra sua casa no bairro de Shujaiyya, em dezembro.

LEIA: Refaat Alareer: Uma voz corajosa que nunca morrerá

Alareer é um dos mais proeminentes escritores palestinos contemporâneos, traduzido ao inglês e muitos outros idiomas, conhecido do público estrangeiro. Sua obra inclui centenas de artigos publicados por redes árabes, europeias e americanas.

Por muitos anos, Alareer lecionou literatura e poesia inglesa na Universidade Islâmica de Gaza e foi um dos fundadores da iniciativa “Não somos números”, que reuniu escritores palestinos com mentores no exterior para ajudá-los a escrever e publicar em inglês.

O assassinato de Alareer, conduzido por ataques abrangentes contra o bairro onde residia, junto da destruição de universidades e bibliotecas de Gaza, é denunciado como parte de uma política deliberada de Israel de memoricídio.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.262 mortos e 77.229 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.

Oito mil pessoas estão desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, deferida em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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