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Oficiais israelenses vão aos EUA para coagir banimento de ongs palestinas

Forças israelenses em Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia ocupada, 22 de setembro de 2021 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

Agentes do serviço de segurança israelense Shin Bet e representantes do Ministério de Relações Exteriores serão enviados aos Estados Unidos para apresentar provas de que seis ongs de direitos humanos palestinas devem ser banidas por vínculos “terroristas”.

Entre as supostas evidências, estão registros em vídeo e notas fiscais.

Segundo um oficial sênior dos serviços de defesa de Israel, as informações são “inequívocas e sólidas” e “provam relação direta entre as entidades e seus associados com a organização terrorista [sic] Frente Popular para a Libertação da Palestina”.

Entre os grupos acusados, estão: as ongs de direitos humanos Al-Haq e Addameer; a Defesa Internacional da Infância – Palestina; o Centro Bisan de Pesquisa e Desenvolvimento; a Federação de Mulheres Palestinas; e o Sindicato de Comitês Agrários.

As organizações são responsáveis por documentar e denunciar violações de direitos humanos perpetuadas pela ocupação israelense contra a população nativa.

Não obstante, os esforços de Tel Aviv para difamar e banir tais grupos foram repudiados como “ataque ensandecido” contra a sociedade civil na Palestina ocupada.

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“Tais alegações falaciosas e difamatórias são um ataque estratégico contra a sociedade civil palestina e direitos fundamentais de denunciar a ocupação ilegal israelense e expor seus crimes reiterados”, comentou a Autoridade Palestina (AP).

Em comunicado conjunto, a Anistia Internacional e o Human Rights Watch (HRW) observaram que as determinações militares promulgadas por Israel “efetivamente criminalizam” as atividades assistenciais das entidades em questão.

A nota alertou ainda que a designação israelense concede à ocupação poder de fechar escritórios, confiscar equipamentos e prender trabalhadores e voluntários. Doações ou mesmo apoio público às atividades das seis ongs também serão banidas.

A sede local do Alto-Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos confirmou no sábado (23) que as justificativas citadas pelo Ministério da Defesa de Israel para “estigmatizar” as organizações palestinas são “vagas ou irrelevantes”.

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, alertou ainda que seu gabinete não foi informado com antecedência sobre a decisão. “Contactaremos nossos parceiros israelenses para mais informações”, alegou na sexta-feira (22).

“Acreditamos que direitos humanos, liberdades fundamentais e uma sociedade civil robusta são cruciais para exercer um governo responsável e responsivo”, enfatizou Price.

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