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Nike finalizará vendas em lojas israelenses

Israel recebeu um golpe de martelo da fabricante de roupas esportivas Nike

Israel recebeu um golpe de martelo da fabricante de roupas esportivas Nike. A megamarca anunciou que encerrará a venda de seus produtos nas lojas do estado de ocupação, em um movimento saudado pelos usuários das redes sociais como mais uma vitória da campanha internacional de Boicote Desinvestimento e Sanções (BDS).

“Após uma revisão abrangente realizada pela empresa e considerando as mudanças no mercado, foi decidido que a continuação do relacionamento comercial entre você e a empresa não corresponde mais à política e aos objetivos da empresa”, informou a Nike em uma carta enviada para lojas em Israel.

A decisão da Nike deve atingir duramente os varejistas. Como uma das marcas esportivas mais populares do mundo, seus produtos respondem por grande parte das vendas.

Embora a empresa aparentemente tenha tomado a decisão de acordo com seu plano global de reduzir o número de lojas com as quais trabalha e canalizar negócios por meio de seu site, a mudança desencadeou um debate online sobre seus motivos.

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A decisão segue o caminho da gigante de sorvetes Ben&Jerry’s de encerrar as vendas nos territórios palestinos ocupados. Os fundadores Bennett Cohen e Jerry Greenfield explicaram no início deste ano porque acreditam que a empresa “está no lado certo da história” ao tomar a decisão de boicotar negócios na Cisjordânia ocupada. A Anistia Internacional elogiou a decisão, descrevendo-a como “uma resposta legítima e necessária, em linha com a sua responsabilidade de respeitar o direito internacional e os direitos humanos”.

Ben&Jerry’s congelará vendas de sorvete nos assentamentos da Cisjordânia [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Antes do anúncio de Ben&Jerry, vários relatórios de alto nível concluíram que Israel está praticando o apartheid. Em abril, a proeminente organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) se juntou a uma série de outros grupos proeminentes para declarar que Israel está cometendo crimes de apartheid e perseguição.

Antes do relatório da HRW, o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem rotulou Israel como um estado de “apartheid” que “promove e perpetua a supremacia judaica entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão”. Ecoando o relatório da ONU de 2017, que concluiu que Israel estava praticando o apartheid, o B’Tselem rejeitou o equívoco popular de que é uma democracia dentro da Linha Verde (Armistício de 1949).

Em um artigo publicado em junho, dois ex-embaixadores israelenses na África do Sul também denunciaram Israel como um estado de apartheid, traçando paralelos com o sistema de segregação racial formal na África do Sul, que terminou em 1994. A mensagem também foi adotada por judeus americanos, um quarto dos quais acreditam que Israel é um estado de apartheid, de acordo com um relatório recente, assim como quase dois terços dos estudiosos e acadêmicos americanos.

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