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Chanceler egípcio rechaça resposta ‘evasiva’ da Etiópia sobre Represa do Renascimento

Ministro de Relações Exteriores do Egito Sameh Shoukry, em 12 de julho de 2021 [Comissão Europeia/Agência Anadolu]

O Ministro de Relações Exteriores do Egito Sameh Shoukry descreveu ontem (26) os comentários do negociador etíope sobre um eventual acordo em torno da Grande Represa do Renascimento como “evasivos”, segundo informações da agência Anadolu.

“Tais declarações etíopes representam uma torrente de falácias, prevaricação e falta de credibilidade, o que traz maus agouros ao seguimento de qualquer vontade política para chegar a algum acordo”, declarou Shoukry.

No sábado (25), um membro da equipe de negociação da Etiópia, Ibrahim Idris, afirmou que seu país “não aceitará um acordo que vai contra os interesses nacionais”.

“A Etiópia assinará um acordo com Egito e Sudão somente quando assegurados interesses nacionais e o desenvolvimento futuro de nossos recursos hídricos”, reiterou.

O projeto de US$5 bilhões construído pela Etiópia na bacia hidrográfica do Nilo, causou uma disputa regional com os países a jusante — isto é, Sudão e Egito.

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Addis Ababa alega que a barragem fornecerá regeneração econômica à região.

O Egito é quase inteiramente dependente do Nilo, ao receber cerca de 55.5 milhões de metros cúbicos de água por ano, e crê que o preenchimento da represa afetará sua oferta de recursos para consumo, agricultura e geração de energia elétrica.

O regime egípcio reivindica garantias de que receberá 40 bilhões de metros cúbicos ou mais de águas do Nilo, após o início das operações.

O Ministro da Irrigação da Etiópia Seleshi Bekele insiste que o Cairo retirou sua demanda, mas foi desmentido reiteradamente, inclusive por meio de nota presidencial.

Há ainda a questão não resolvida de quão rápida serão preenchidos os reservatórios, sob receios de prejuízos à geração de energia na barragem egípcia de Alto Assuã.

Em julho, a Etiópia informou os países a jusante sobre o início da segunda fase de preenchimento da represa, sob pretexto de aproveitar a época de chuvas. O Egito reagiu: “Addis Ababa viola leis e normas internacionais e trata o Nilo como sua propriedade”.

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