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Netanyahu voa à Arábia Saudita para encontro secreto com Bin Salman e Pompeo

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo, em Jerusalém, 19 de novembro de 2020 [Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel/Agência Anadolu]
Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo, em Jerusalém, 19 de novembro de 2020 [Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel/Agência Anadolu]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu realizou uma viagem secreta à Arábia Saudita neste domingo (22), para encontrar-se com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman e o Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo.

Netanyahu, acompanhado pelo chefe do Mossad Yossi Cohen e outros oficiais israelenses, reuniu-se com Bin Salman e Pompeo na cidade planejada de Neom, na costa do Mar Vermelho, reportou o jornal israelense Haaretz, com base em relatos e dados de aviação.

Sites de monitoramento do tráfego aéreo demonstraram que o avião de Netanyahu pousou e permaneceu em Neom por aproximadamente duas horas, antes de retornar a Israel em torno da 00h30, horário local.

Um assessor do governo saudita relatou ao Wall Street Journal que os líderes discutiram diversas questões, incluindo normalização de relações entre os países e Irã, mas sem instituir compromisso com qualquer acordo substancial.

“O próprio fato do encontro acontecer e então tornar-se público, mesmo que parcialmente oficial, é algo de grande importância”, afirmou o Ministro da Educação de Israel Yoav Gallant à rádio militar do país.

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O episódio representa a primeira reunião conhecida entre oficiais israelenses e sauditas de alto escalão, à medida que a gestão americana do Presidente Donald Trump, em fim de mandato, pressiona pelo fortalecimento dos laços entre Israel e alguns estados do Golfo Árabe.

O gabinete do premiê israelense e oficiais sauditas não comentaram imediatamente sobre o encontro em Noam.

Durante reunião com o Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, em outubro, Pompeo exortou o reino a considerar a normalização com Israel.

“Esperamos que a Arábia Saudita considere normalizar suas relações também, e queremos agradecê-los pela assistência que concederam ao sucesso dos Acordos de Abraão, até então”, declarou Pompeo.

Emirados Árabes Unidos e Bahrein assinaram os chamados Acordos de Abraão, para normalizar relações com o estado da ocupação, em agosto último. Tratam-se do terceiro e quarto países árabes a fazê-lo, após Egito (1979) e Jordânia (1994).

Os tratados despertaram repúdio generalizado entre os palestinos e denúncias de que efetivamente ignoram qualquer solução ao conflito ou mesmo os direitos da população nativa da Palestina ocupada.

Até o presente momento, Riad recusa-se a normalizar laços com Israel, ao argumentar que o estabelecimento de um estado palestino deve ser prioridade.

Porém, o regime saudita já permite que linhas aéreas israelenses sobrevoem seu território, decisão anunciada um dia após Jared Kushner, genro e conselheiro sênior de Trump, encontrar-se com Bin Salman, em Riad.

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