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Armênios do Líbano juntam-se aos combates em Nagorno-Karabakh

Mulher carrega seus pertences para fora de um edifício danificado por recentes bombardeios, em Stepanaker, principal cidade da região disputada de Nagorno-Karabakh, 3 de outubro de 2020 [AFP/Getty Images]
Mulher carrega seus pertences para fora de um edifício danificado por recentes bombardeios, em Stepanaker, principal cidade da região disputada de Nagorno-Karabakh, 3 de outubro de 2020 [AFP/Getty Images]

Armênios do Líbano juntaram-se aos combates contra o Azerbaijão, na região disputada de Nagorno-Karabakh, reportou a rede Associated Press (AP).

Segundo as informações, um número desconhecido de cidadãos da ampla comunidade etnicamente armênia do Líbano viajou ao sul do Cáucaso para defender sua terra ancestral.

Diversos residentes do principal distrito armênio de Beirute, Bourj Hammoud, relataram prontidão para deixar suas vidas no Líbano e lutar contra as forças azeris. “Lutaremos até o último soldado armênio”, afirmou um comerciante. “Não é uma guerra entre cristãos e muçulmanos. É uma guerra pela existência da entidade armênia e estamos prontos!”

Ao menos um libanês-armênio que viajou à região como voluntário foi morto na linha de frente, reportou a rádio local Yerkir.

LEIA: Azerbaijão nega ter enviado combatentes sírios ao conflito de Nagorno-Karabakh

O cantor de ópera Kevork Hadjian, conhecido por suas inflamadas versões de canções nacionalistas armênias, foi morto em combate na última terça-feira. O músico de 49 anos era parte de um regimento de voluntários liderado pela Federação Revolucionária Armênia, partido político socialista também ativo no Líbano e na Síria.

Acredita-se que centenas de armênios da diáspora alistaram-se como voluntários para o combate, desde 27 de setembro, quando as tensões escalaram em conflito aberto. Contudo, é incerto o número de armênios da diáspora envolvidos diretamente nas hostilidades.

Por outro lado, a Turquia supostamente enviou 1.250 mercenários sírios para lutar ao lado do Azerbaijão, segundo a Reuters. Combatentes sírios foram estimulados por um salário mensal de US$1.500, oferta bastante tentadora no país árabe assolado pela guerra civil.

Azerbaijão e Turquia, não obstante, negam os relatos.

Até então, ao menos 500 pessoas, incluindo 60 civis, foram mortas em Nagorno-Karabakh, território de fronteira sob administração de jure do Azerbaijão, corroborada pelas Nações Unidas, contudo com maioria de cristãos armênios, com tendências separatistas.

Esforços para estabelecer um cessar-fogo mediado pela Rússia avançaram no fim de semana, mas chegaram a um impasse na segunda-feira (12), após novos confrontos irromperem na região sul de Hadrut, em Nagorno-Karabakh.

Armênia e Azerbaijão lutaram uma guerra de seis anos pelo controle do território disputado, que encerrou-se com um cessar-fogo em 1994. Porém, nenhum acordo de paz definitivo para solucionar a questão jamais foi assinado.

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