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Presidente do Líbano bloqueia a demissão de oficiais presos devido à explosão

O presidente libanês, Michel Aoun, em Beirute, Líbano em 20 de setembro de 2020 [Presidência Libanesa/ Agência Anadolu]
O presidente libanês, Michel Aoun, em Beirute, Líbano em 20 de setembro de 2020 [Presidência Libanesa/ Agência Anadolu]

O presidente do Líbano, Michel Aoun, recusou-se a assinar decretos demitindo altos funcionários que foram presos em uma investigação sobre a explosão de 4 de agosto, em Beirute, sem uma votação do gabinete, disse seu escritório ontem, relatórios da Agence France Presse (AFP).

As demissões propostas incluem o Diretor de Transporte Terrestre e Marítimo Abdel Hafiz Kaissi, o Diretor-Geral do porto Hassan Qureitem e o Diretor-Geral da Alfândega de Beirute, Badri Daher, que é conhecido por ser próximo do presidente.

Aoun exigiu uma votação formal do gabinete, na qual a maioria dos ministros precisaria apoiar a decisão de demitir o trio, antes de assinar os decretos, de acordo com uma declaração postada no Twitter por seu escritório ontem.

Esta é a segunda vez que Aoun se recusa a assinar um decreto ordenando a demissão de Daher desde que uma investigação sobre a causa da explosão foi aberta.

O primeiro-ministro interino, Hassan Diab, que renunciou junto com seu gabinete na semana seguinte à explosão massiva, bem como o ministro interino das Finanças Ghazi Wazni e o ministro interino das Obras Públicas, Nichael Najjar, entretanto, já aprovaram os decretos.

Os três, que foram colocados em prisão domiciliar dias após a explosão, foram indiciados por suspeita de negligência e corrupção que permitiu que 2.750 toneladas de nitrato de amônio, armazenadas indevidamente no porto de Beirute por mais de seis anos, se incendiassem e explodissem.

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A explosão resultante, que foi sentida tão longe quanto Chipre, ceifou quase 200 vidas, feriu mais 6.500 e deixou mais de 300 mil moradores de Beirute desabrigados.

De acordo com uma fonte judicial citada pela AFP, a investigação da explosão até agora colocou a maior parte da culpa em Daher porque o chefe da alfândega estava ciente de que a substância altamente explosiva havia sido armazenada de forma insegura no porto por anos, mas não havia ordenado seu descarte.

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Daher, segundo a AFP, também estava ciente de que parte do nitrato de amônio havia sido desviado do depósito antes da explosão, mas ainda assim não agiu.

Mais de 30 funcionários e indivíduos foram presos como parte da investigação da explosão em Beirute.

Mais recentemente, o juiz investigador Fadi Sawwan emitiu mandados de prisão, à revelia, para o proprietário e capitão do MS Rhosus, que é amplamente conhecido por ter transportado o nitrato de amônio para o porto de Beirute em 2013.

Sawwan também solicitou que a Interpol emitisse mandados de prisão internacionais para os dois, já que nenhum deles residia no Líbano.

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