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Maternidade em Gaza é evacuada para improvisar salas de cirurgias

19 de junho de 2025, às 15h11

Palestinos feridos são levados ao Hospital Nasser após ataques israelenses, em Khan Younis, no sul de Gaza, em 17 de junho de 2025 [Abdallah F.S. Alattar/Agência Anadolu]

Médicos do Hospital Nasser de Khan Younis, no sul de Gaza, foram forçadas a evacuar a ala de maternidade, para convertê-la em salas de operação de emergência devido a um número exponencial de palestinos feridos, reportou nesta quarta-feira (18) o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA).

As baixas, prosseguiu o informe, tentavam coletar rações de farinha na cidade.

Médicos tiveram ainda de amputar membros para salvar vidas, em meio a escassez de insumos básicos e equipamentos, reiterou a agência.

O incidente se deu após Israel atacar palestinos que aguardavam ajuda humanitária em um posto de distribuição israelo-americano na terça-feira (17).

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“Todo dia, dezenas de casos em toda Gaza exigem desesperadamente de transfusão de sangue”, destacou o OCHA. “Os estoques, porém, estão baixíssimos. Nossos parceiros, portanto, dependem de coletas diárias para suprir a demanda”.

“A falta de suprimentos alimentares para trabalhadores do setor de emergência causa ainda desmaios frequentes, sobretudo ao lidarem com incidentes exaustivos de mortes em massa”, acrescentou o alerta.

A crise corroborada pelo OCHA reflete a pressão sobre o sistema de saúde de Gaza, sob ataques diretos de Israel, a despeito da lei internacional, há mais de 20 meses, além de cerco absoluto — sem comida, medicamentos ou combustível.

Israel mantém seu genocídio a Gaza desde outubro de 2023, com em torno de 185 mil mortos e feridos — na maioria, mulheres e crianças —, além de 11 mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados, em situação de fome catastrófica.

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