Médicos do Hospital Nasser de Khan Younis, no sul de Gaza, foram forçadas a evacuar a ala de maternidade, para convertê-la em salas de operação de emergência devido a um número exponencial de palestinos feridos, reportou nesta quarta-feira (18) o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA).
As baixas, prosseguiu o informe, tentavam coletar rações de farinha na cidade.
Médicos tiveram ainda de amputar membros para salvar vidas, em meio a escassez de insumos básicos e equipamentos, reiterou a agência.
O incidente se deu após Israel atacar palestinos que aguardavam ajuda humanitária em um posto de distribuição israelo-americano na terça-feira (17).
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“Todo dia, dezenas de casos em toda Gaza exigem desesperadamente de transfusão de sangue”, destacou o OCHA. “Os estoques, porém, estão baixíssimos. Nossos parceiros, portanto, dependem de coletas diárias para suprir a demanda”.
“A falta de suprimentos alimentares para trabalhadores do setor de emergência causa ainda desmaios frequentes, sobretudo ao lidarem com incidentes exaustivos de mortes em massa”, acrescentou o alerta.
A crise corroborada pelo OCHA reflete a pressão sobre o sistema de saúde de Gaza, sob ataques diretos de Israel, a despeito da lei internacional, há mais de 20 meses, além de cerco absoluto — sem comida, medicamentos ou combustível.
Israel mantém seu genocídio a Gaza desde outubro de 2023, com em torno de 185 mil mortos e feridos — na maioria, mulheres e crianças —, além de 11 mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados, em situação de fome catastrófica.
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