A Rede de Organizações da Sociedade Civil Palestina condenou nesta terça-feira (17) o assassinato de dezenas de palestinos carentes pelas forças israelenses, e centenas de feridos, em um centro de suposta distribuição assistencial administrado pela chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), em Khan Younis, no sul do enclave.
Em nota, as organizações reiteraram que a GHF e a empreiteira militar americana que operam o mecanismo são parceiras da ocupação israelense, incluindo nos ataques e assassinatos deliberados de civis em busca de ajuda.
Segundo o comunicado, o mecanismo serve à agenda colonial israelense de aprofundar e perpetuar a crise humanitária em Gaza, a fim de forçar o deslocamento dos palestinos nativos.
As organizações destacaram a urgência da comunidade internacional em cumprir suas responsabilidades éticas e legais e apoiar esforços para cessar violações e robustecer sistemas humanitários respeitados, como ongs e serviços das Nações Unidas, incluindo a Agência para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
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A sociedade civil pediu ainda investigação internacional sobre os crimes em curso nos checkpoints e responsabilização das partes cúmplices, além de pressão a Tel Aviv para abrir as travessias e permitir acesso humanitário àqueles carentes, de modo a proteger civis e preservar sua dignidade.
Na manhã desta quarta-feira (18), disparos israelenses mataram ao menos 32 pessoas, onze das quais buscavam ajuda.
Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo, ao manter ataques indiscriminados desde outubro de 2023, com cerca de 55.400 palestinos mortos, 125 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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