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Hezbollah lança bateria de foguetes após Israel matar sete no Líbano

Veículos destruídos por ataques israelenses à aldeia de al-Habbariyeh, no sul do Líbano, em 27 de março de 2024 [Ramiz Dalla/Agência Anadolu]

O movimento Hezbollah disparou cerca de 30 foguetes ao assentamento de Kiryat Shmona, através da fronteira, nesta quarta-feira (27) em resposta a ataques israelenses contra a aldeia de al-Habbariyeh, no sul do Líbano, que deixaram sete pessoas mortas.

As informações são da agência de notícias Al Jazeera.

Israel e Hezbollah — grupo influente ligado a Teerã — trocam disparos quase diários na região de fronteira desde 7 de outubro, quando eclodiu o genocídio em Gaza.

Segundo socorristas israelenses, um operário foi morto em Kiryat Shmona.

Os ataques israelenses a al-Habbariyeh atingiram um centro de emergências médicas vinculado a um grupo sunita libanês. As vítimas eram voluntárias no local. Segundo Zeina Khodr, correspondente da Al Jazeera no sul do Líbano, o centro de saúde foi “inteiramente destruído”.

“Segundo os relatos, os homens que estavam dentro do prédio eram paramédicos, voluntários e estudantes universitários, todos com cerca de 20 anos de idade”, reportou Khodr. “Eles auxiliavam as pessoas na região de fronteira, que vive hostilidades diárias”.

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O exército de Israel alegou ter neutralizado um membro do grupo islâmico al-Jamaa al-Islamiya e outros “terroristas”, ao insistir atacar como “prédio militar”. Fontes em campo, porém, denunciaram “mentiras fabricadas”, ao reiterar o caráter civil da instalação.

O Hezbollah prometeu retaliação.

O Ministério da Saúde do Líbano condenou a agressão israelense: “Ataques inaceitáveis como esses violam as normas e leis internacionais, em particular, a Convenção de Genebra, que enfatiza a neutralidade de centros e profissionais de saúde”.

Segundo Khodr: “Não é a primeira vez que o centro médico é atingido no contexto das confrontações em curso. Vimos numerosos ataques contra instalações médicas, sobretudo nas aldeias fronteiriças, incluindo paramédicos mortos”.

“Residentes advertem que a estratégia israelense desde o primeiro dia é despovoar as aldeias próximas à fronteira”, explicou Khodr. “Israel busca criar uma espécie de zona neutra, ao dificultar as condições de vida na região. Aproximadamente cem mil pessoas foram forçadas a deixar suas terras. Nesta aldeia em particular ainda há moradores; entretanto, sob um sentimento crescente de apreensão sobre novos disparos”.

Em fevereiro, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, advertiu que Israel pagará “com sangue” pela morte de civis libaneses, ao reforçar receios de uma escalada regional, sem precedentes desde a guerra aberta entre as partes em 2006.

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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos desde 7 de outubro, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Além de Gaza, Israel ataca territórios no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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