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Não atacar Rafah é ‘perder a guerra’, insiste Netanyahu

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, 24 de dezembro de 2023 [Ohad Zwigenberg/AFP via Getty Images]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta quinta-feira (7) avançar em seus planos de invadir a cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, perto da fronteira com Egito, onde 1,5 milhão de refugiados palestinos estão abrigados sem ter para onde ir.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Quem quer que nos diga para não intervir em Rafah está nos dizendo para perder a guerra e eu não vou permitir que isso aconteça”, declarou Netanyahu em uma cerimônia militar, conforme a rádio estatal KAN.

Netanyahu reiterou a alegação de que o movimento palestino Hamas utiliza civis como “escudos humanos”, a fim de justificar a morte de inocentes na Faixa de Gaza.

Netanyahu afirmou ainda que o exército ocupante “continuará a agir contra o Hamas em todos os cantos de Gaza, incluindo Rafah”, ao descrever a cidade como “último bastião do Hamas”.

Em sua varredura norte-sul, Israel forçou o deslocamento de dois milhões de pessoas, ao alegar que cada cidade que passava seria o “último bastião do Hamas”. Neste entremeio, cerca de 70% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída.

LEIA: Consciente e inconcebível: Israel mata Gaza de fome

O premiê prometeu avançar contra Rafah apesar da pressão internacional no sentido contrário. Organizações internacionais alertam para uma catástrofe sem precedentes caso forças coloniais entrem em Rafah.

A operação na cidade corrobora ainda intenções declaradas do regime israelense para transferir à força os palestinos de Gaza ao deserto do Sinai — o que configura crime de limpeza étnica. Em seguida, segundo anúncios imobiliários e declarações de lideranças sionistas, a ideia é reocupar e anexar Gaza, a despeito da lei internacional.

Israel conduz ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos e 70 mil feridos, em ampla maioria mulheres e crianças. A ocupação impõe ainda um cerco absoluto à população civil — sem comida, água, remédios ou combustível.

Ao menos 16 crianças morreram de fome até então.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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