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Annie Lennox pede cessar-fogo em Gaza durante o Grammy

Annie Lennox no 66° Prêmio Grammy em Los Angeles, Califórnia, 4 de fevereiro de 2024 [Robert Gauthier/Los Angeles Times via Getty Images]

Durante sua performance no 66° Prêmio Grammy na cidade de Los Angeles, neste domingo (4), a cantora Annie Lennox pediu publicamente por um cessar-fogo na Faixa de Gaza sitiada, ao romper assim um silêncio que tomou eventos públicos da indústria cultural.

Nos instantes finais de sua interpretação da música “Nothing Compares 2 U”, da compositora e ativista irlandesa Sinead O’Connor, que faleceu no último ano, Lennox ergueu o pulso e declarou à audiência:

“Artistas por cessar-fogo! Paz no mundo!”

Sinead O’Connor era uma eloquente ativista por direitos humanos, incluindo a causa do povo palestino e dos refugiados em geral.

Após a agressão israelense a Gaza em 2014, que resultou em 546 mortos, a artista legendária cancelou um concerto em Cesaréia, nos arredores de Tel Aviv.

“Ninguém com um pingo de sanidade, incluindo eu mesma, poderia mostrar outra coisa senão empatia pelo sofrimento do povo palestino”, comentou O’Connor na ocasião. “Não há ninguém são no planeta que aprove, de qualquer maneira, a merd* que estão fazendo as autoridades de Israel”.

Segundo a revista Rolling Stone, Lennox não esteve sozinha nas manifestações de apoio ao povo palestino no Grammy. Esperanza Spalding vestiu um lenço palestino (keffiyeh) durante o evento e o grupo Boygenius, com Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker, usou broches em apoio a uma petição por cessar-fogo intitulada Artists Call for Ceasefire Now.

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Dentre os signatários, que desafiam uma campanha de censura em Hollywood e na indústria do entretenimento em geral, estão artistas reconhecidos, como Joaquin Phoenix, Andrew Garfield, Cate Blanchett, Kristen Stewart, Florence Pugh, Tom Hardy, Ben Affleck, Channing Tatum, Drake, Jennifer Lopez e Dua Lipa.

A carta demanda do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que trabalhe por um cessar-fogo e maior acesso humanitário a Gaza.

“Pedimos ao senhor e ao Congresso dos Estados Unidos que trabalhem por uma desescalada e por um cessar-fogo imediato em Gaza e Israel, para que nenhuma outra vida seja perdida”, enfatizou a carta. “Mais de cinco mil pessoas foram mortas em uma semana e meia — um número que toda e qualquer pessoa com consciência sabe que é catastrófico. Acreditamos que toda vida é sagrada, não importa a fé ou etnia, e condenamos a morte de civis palestinos e israelenses”.

Centenas de ativistas, com cartazes e bandeiras palestinas, obstruíram as vias de acesso à Arena Crypto.com, onde foi realizado o Grammy deste ano, para protestar contra o genocídio realizado pelas forças israelenses na Faixa de Gaza.

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A polícia de Los Angeles impediu a aproximação do ato e chegou a prender manifestantes.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 27.365 mortos e 66.630 feridos — na maioria, mulheres e crianças. Mais de dois milhões de pessoas foram desabrigadas, sujeitas a fome e doenças, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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