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Resistência palestina contesta versão israelense sobre corpos descobertos em Gaza

Combatentes das Brigadas Izz al-Din al-Qassam, braço armado do movimento Hamas, na Faixa de Gaza, em 19 de julho de 2023 [Ahmed Hasaballah/Getty Images]

As Brigadas Izz al-Din al-Qassam, braço armado do grupo Hamas, contestaram as alegações de Israel sobre corpos de prisioneiros de guerra encontrados dentro dos hospitais de Gaza, ao confirmarem que os indivíduos em questão passavam por cuidados médicos.

A coalizão expressou sua versão em nota oficial no Telegram: “Transferimos um número de prisioneiros a centros médicos para receberem tratamento devido a suas condições e para preservar suas vidas.

“Isso ocorreu recentemente com um prisioneiro, Aryeh Zalman Zdmanovich, que recebeu tratamento intensivo”, acrescentou. “Após se recuperar, retornou ao seu local de custódia. Lamentavelmente, faleceu devido a ataques de pânico deflagrados pelos bombardeios [de Israel] contra o entorno e publicaremos todos os materiais que documentam este fato”.

Na quinta-feira (16), forças da ocupação relataram a descoberta de dois corpos: uma oficial militar israelense, morta pelos bombardeios, e outra mulher, supostamente encontrada em um prédio próximo ao Hospital al-Shifa.

Desde quarta-feira (15), após seis dias de cerco e violenta invasão ao interior de al-Shifa — maior centro médico de Gaza —, Israel busca justificar suas ações, ora ao alegar que uma base do Hamas estava no subterrâneo do prédio, ora ao alegar encontrar um punhado de armas. Contudo, sem provas.

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A incursão ao hospital — instalação civil protegida pela lei internacional — constitui crime de guerra. Dezenas de pacientes morreram devido ao cerco; bebês recém-nascidos continuam em risco; feridos, médicos e refugiados foram evacuados ao pátio, despidos e interrogados.

Conforme as Brigadas al-Qassam, a ofensiva israelense causou a morte de 60 prisioneiros israelenses, devido a bombardeios indiscriminados e ininterruptos, sem alvos específicos, incluindo contra áreas civis.

Os relatos ecoam indícios de “fogo amigo” contra residências israelenses em 7 de outubro, quando militantes das Brigadas al-Qassam cruzaram a fronteira e capturaram cerca de 240 colonos e soldados.

Segundo relatos, tanques de guerra israelenses receberam ordens para disparar contra casas, com intuito de exterminar militantes e reféns. Além disso, colonos que tentavam escapar de um festival de música confirmaram serem recebidos a tiros por soldados da ocupação.

A chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa foi resposta a meses de agressão colonial israelense em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada.

Desde então, Israel mantém bombardeios a Gaza, além de cerco absoluto e uma invasão por terra, com 12 mil mortos, incluindo 4.710 crianças e 3.160 mulheres, e aproximadamente 30 mil feridos. Mais de 3.500 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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