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Talibã manda fechar salões de beleza no Afeganistão

Soldados do Talibã montam guarda em uma mesquita de Cabul, durante o feriado islâmico do Eid al-Adha, em 28 de junho de 2023 [Murteza Khaliqi/Agência Anadolu]

O governo do Talibã ordenou que salões de beleza no Afeganistão fechem as portas dentro de um mês, na mais recente ofensiva do grupo fundamentalista às mulheres do país.

As informações são da agência de notícias Reuters.

“O prazo final para fechar os salões é de um mês”, afirmou nesta terça-feira (4) Mohammad Sadiq Akif, porta-voz do Ministério para Prevenção do Vício e Propagação da Virtude, como é chamada a pasta de moralidade do Talibã.

Governos estrangeiros e emissários das Nações Unidas condenaram a escalada de restrições contra as mulheres desde o retorno do Talibã ao poder em 2021, à medida que as tropas da coalizão liderada pelos Estados Unidos deixavam o país às pressas.

No ano passado, autoridades afegãs fecharam a maioria das escolas para meninas, proibiram mulheres de entrar nas universidades ou trabalhar em uma série de cargos. Espaços públicos também foram fechados às mulheres.

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Salões de beleza surgiram em Cabul e outras cidades nos meses que sucederam a derrubada do Talibã em 2021, semanas após os atentados de 11 de setembro em Nova York.

Alguns estabelecimentos tentaram se manter nos últimos dois anos, ao fornecer emprego e serviços às mulheres. Os salões costumam ser de uso exclusivamente feminino e ter janelas cobertas para salvaguardar a privacidade das clientes.

Sahar, residente de Cabul que costumava visitar um salão com regularidade, sente que um espaço derradeiro para socialização da população feminina enfim se fechou.

“Mulheres não podem mais entrar nos parques para ver suas amigas”, observou Sahar, cujo nome completo foi mantido em sigilo por razões de segurança. “Ir ao salão era bom para nos vermos e conversarmos. Agora, não sei como vai ser”.

Governos e entidades internacionais alertam que a opressão às mulheres frustra eventuais avanços no reconhecimento internacional do governo do Talibã.

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