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Irã investiga ‘envenenamento misterioso’ de alunas à medida que a onda se espalha

Presidente iraniano Ebrahim Raisi em 11 de fevereiro de 2023 [Fatemeh Bahrami/Agência Anadolu]

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, ordenou na quarta-feira uma investigação com prazo determinado sobre o envenenamento de meninas em diferentes cidades iranianas, informou a Agência de Notícias Anadolu.

Presidindo uma reunião de gabinete na capital, Teerã, Raisi instruiu o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, a encontrar  “o mais rápido possível” a causa do misterioso envenenamento, que enviou centenas de estudantes a hospitais nas últimas semanas.

Ele também instou os ministérios da Saúde, Informação e os departamentos relacionados a fornecer assistência ao Ministério do Interior na investigação do caso que está causando ondas de choque em todo o país.

Centenas de alunas foram hospitalizadas em diferentes cidades do Irã desde novembro do ano passado, no que foi descrito como uma onda de uma doença misteriosa.

Embora muitos pais suspeitem de “envenenamento” como a causa de sua hospitalização, as autoridades que investigam o assunto não têm explicações conclusivas até o momento.

No início desta semana, o vice-ministro da Saúde, Younes Panahi, disse que “algumas pessoas” estavam envenenando alunas na cidade de Qom, no centro do Irã, para interromper sua educação.

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Ele enfatizou que o envenenamento de meninas foi causado por “compostos químicos” não contagiosos, descartando “causas externas”.

Suas observações foram feitas logo depois que o procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, ordenou uma investigação judicial sobre o assunto, após protestos na cidade de Qom, um popular local de peregrinação.

O primeiro incidente deste misterioso envenenamento foi relatado em novembro do ano passado, quando pelo menos 18 alunas foram transferidas para um hospital em Qom após reclamarem de sintomas como náuseas, problemas respiratórios, tosse e dores no corpo.

No último incidente relatado pela mídia local na semana passada, pelo menos 15 alunas foram internadas em um hospital em Qom depois de reclamar de problemas respiratórios.

De Qom, ele se espalhou gradualmente para outras cidades nos últimos dias, incluindo Teerã.

Na quarta-feira, a mídia local relatou alguns casos de envenenamento em algumas escolas no oeste de Teerã, acrescentando que a condição das jovens era “estável”.

Também houve relatos na quarta-feira sobre o envenenamento de estudantes em sete escolas femininas no norte da cidade de Ardabil que relataram “cheiro de gás ou algo semelhante”. Também houve relatos parecidos de outras cidades, incluindo Kermanshah.

Dirigindo-se a uma coletiva de imprensa em Teerã, o ministro do Interior, Vahidi, disse que até agora ninguém ficou detido como resultado do envenenamento.

Ele também refutou uma reportagem da mídia local sobre prisões relacionadas ao envenenamento de alunas, dizendo que as alegações foram feitas para “criar uma atmosfera psicológica entre estudantes e famílias”.

O recém-nomeado chefe da polícia de Teerã, Ahmedreza Radan, também disse que ninguém foi preso ainda, acrescentando que esforços estão sendo feitos para “encontrar a origem do problema”.

Isso ocorre após meses de protestos no Irã, marcados pela violência. A agitação foi provocada pela morte de uma mulher iraniana de 22 anos sob custódia policial em meados de setembro.

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