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Moradores de Gaza atingidos por onda de calor e longos cortes de energia

Uma menina palestina lava o rosto para se refrescar durante uma onda de calor em Gaza em 19 de maio de 2020 [Mohammed Abed/AFP /Getty Images]

Os palestinos que vivem na superlotada Faixa de Gaza estão sofrendo com uma onda de calor agravada por cortes de energia que duram até dez horas por dia, informou a Reuters. Moradores reclamam de não conseguir dormir porque não há eletricidade para alimentar os ventiladores.

Mais de 2,3 milhões de pessoas estão amontoadas na estreita faixa de terra espremida entre o Egito e Israel, uma área que normalmente exigiria cerca de 500 megawatts de energia por dia no verão, segundo autoridades locais. Gaza, na verdade, recebe 120 megawatts de Israel, enquanto a única usina de energia do enclave fornece outros 60 megawatts.

Mohammad Thabit, da companhia de distribuição de energia de Gaza, disse em abril que, com clima moderado, eles poderiam fornecer vinte horas de eletricidade por dia. No entanto, a capacidade da usina foi impactada pela maior demanda devido às altas temperaturas e à alta dos preços da energia.

O dinheiro para o combustível para operar a usina vem do Catar, que o compra de Israel por US$ 10 milhões, mas o aumento dos preços do combustível deixou a empresa local com um déficit de cerca de US$ 3 milhões.

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A falta de energia continuou a gerar descontentamento com o grupo islâmico Hamas, que governa o território desde que venceu as eleições legislativas de 2006. O movimento aponta para um bloqueio israelense de 15 anos que devastou a economia de Gaza.

Enquanto algumas casas e empresas de Gaza dependem de geradores para superar os longos cortes de energia, aqueles que não podem pagar usam humildes luzes de led alimentadas por bateria. Um varejista disse que, embora o calor do verão tenha tornado os dispositivos de refrigeração mais necessários, as condições econômicas difíceis fizeram as pessoas “preferirem adotar alternativas mais baratas” ou consertar o que já têm em casa.

No calor sufocante, as piscinas públicas cobram cerca de US$ 2. A alternativa é ir à praia, a única opção gratuita de entretenimento para a maioria dos palestinos em Gaza.

A crise elétrica em Gaza [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

A crise elétrica em Gaza [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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