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Cidadãos de Londres protestam contra feira de armas pró-Israel

Diversas pessoas realizaram um ato em frente à Feira Internacional de Veículos Blindados, no Estádio de Twickenham, na capital britânica

Nesta terça-feira (25), diversas pessoas realizaram um ato em frente à Feira Internacional de Veículos Blindados, no Estádio de Twickenham, na capital britânica.

O protesto pró-Palestina atraiu grupos distintos, como a Campanha de Solidariedade Palestina de Richmond e Kingston (PSC), a Rede Judaica pela Palestina e mesmo budistas e membros da comunidade protestante quaker, em repúdio ao comércio de armas, sobretudo israelense.

Os ativistas observaram que as companhias israelenses Elbit Systems, responsável por produzir drones armados, e Caterpillar, responsável por fornecer tratores ao exército da ocupação para demolir estruturas palestinas, participam do evento, entre 24 e 27 de janeiro.

“É absolutamente chocante”, afirmou Iyas al-Qasem, membro-executivo da PSC. “Vivo a pouquíssimos metros do estádio e todos os gritos de jogos chegam à minha casa. É uma atmosfera familiar, um ambiente de festa; como deveria ser um estádio”.

“Ouvimos falar de todas essas maravilhosas atividades que um estádio pode sediar, mas não fomos informados quando decidiram realizar uma conferência para vender armamentos aos piores detratores de direitos humanos do planeta”, prosseguiu al-Qasem.

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David, ativista da Rede Judaica pela Palestina, descreveu o evento como inadequado para o segundo maior estádio britânico — atrás somente de Wembley. “A razão pela qual a Rede Judaica pela Palestina está aqui é porque é importante haver uma voz judaica”, reafirmou.

“Há diversas organizações e indivíduos judeus que repudiam o que ocorre hoje em Israel”, acrescentou David. “O racismo, a expropriação de terras e propriedades, a perda de vidas palestinas e o roubo de nossa identidade judaica”.

A associação quaker de Esher, no subúrbio de Londres, insistiu que a feira militar contradiz os princípios de paz de sua comunidade, de modo que a violência dificulta uma solução política.

“Fomos convocados pela PSC e somos colegas de viagem”, relatou Fred. “Também acreditamos que é preciso protestar contra aquilo que é errado — isto é, a glorificação de itens militares”.

“O esporte deve representar a amizade para além das fronteiras”, apontou Mona, também membro da comunidade quaker. “O esporte deve ser inclusivo! Entretanto, armamentos de guerra são sobre poder e a opressão dos povos”.

A Feira Internacional de Veículos Blindados reúne palestrantes e vendedores de empresas que buscam promover seus produtos militares, incluindo representantes britânicos. Um dos temas abordados neste ano é o impacto das mudanças climáticas no mercado de armas.

Os organizadores do evento não responderam ao MEMO para comentar as manifestações.

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