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Israel vê bomba atômica iraniana em cinco anos, com ou sem acordo

Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett discursa em Jerusalém ocupada, 12 de outubro de 2021 [Amir Levy/Getty Images]

O Irã está a apenas cinco anos de desenvolver sua arma nuclear e as negociações a serem retomadas na próxima semana não poderão atrasar o processo, declarou o premiê israelense Naftali Bennett nesta terça-feira (22), ao enfatizar seu direito a “autodefesa”.

As informações são da agência de notícias Reuters.

As conversas indiretas para restaurar o acordo de 2015 — sob o qual o regime iraniano concordou em conter seu programa atômico, em troca da suspensão de sanções internacionais — devem ser retomadas na segunda-feira (30), em Viena, após cinco meses.

Israel opõe-se veementemente ao tratado nuclear, desde sua concepção.

Depois de assumir o governo em junho, Bennett chegou a afirmar que estaria disposto a acatar um novo acordo, caso fossem estabelecidas restrições mais severas. Não obstante, durante um fórum de segurança nesta terça-feira, pareceu menos complacente.

Segundo o primeiro-ministro israelense, o programa iraniano está no “estágio mais avançado” em termos militares. Teerã, entretanto, insiste em negar intenções armamentistas.

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“De qualquer modo, caso haja um retorno ao acordo, Israel evidentemente não é signatário e não está comprometido com seus termos”, reiterou Bennett, durante o evento realizado na Universidade Reichman, no distrito de Tel Aviv.

Na mesma ocasião, o Ministro das Finanças Avigdor Lieberman asseverou: “Com ou sem acordo, o Irã será um estado nuclear … dentro de cinco anos, no máximo”.

A ocupação israelense — também acusada de possuir armas nucleares — insiste que os termos propostos pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama são fracos demais.

Em 2018, Donald Trump — que sucedeu o mandatário democrata —  abandonou o acordo e restabeleceu sanções contra a república islâmica. Teerã passou então a violar parte das restrições, ao enriquecer urânio a níveis cada vez mais próximos do uso militar.

Durante sua campanha à presidência, Joe Biden prometeu restaurar o acordo.

Israel também se queixa que o tratado ignora o programa de mísseis de seu adversário regional ou mesmo atividades de grupos paramilitares ligados a Teerã.

“Os iranianos nos cercaram com mísseis enquanto sentam-se tranquilos em sua capital”, concluiu Bennett, em seu característico tom belicista. “Perseguir terroristas das Forças al-Quds [unidade de elite iraniana] já não compensa mais. Precisamos de um despachante”.

De sua parte, Amikam Norkin, chefe da Força Aérea de Israel, propôs trabalhar com parceiros do Golfo para combater drones de fabricação iraniana, ao sugerir então operações conjuntas.

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