Portuguese / English

Middle East Near You

Tribunal da Áustria determina que a Irmandade Muçulmana não é um grupo terrorista

Manifestantes egípcios na sede incendiada da Irmandade Muçulmana, no distrito de Moqattam, Cairo, em 1º de julho de 2013 [KHALED DESOUKI/AFP via Getty Images]

Um tribunal austríaco decidiu esta semana que a Irmandade Muçulmana não deve ser considerada como uma organização terrorista no país, informou a Anadolu. As batidas realizadas pela polícia austríaca no ano passado contra ativistas e acadêmicos muçulmanos, sob o pretexto de combater o terrorismo, foram assim declaradas ilegais.

A porta-voz do Tribunal Regional Superior de Graz, Elisabeth Dieber, disse aos repórteres que as denúncias apresentadas por nove pessoas cujas casas foram invadidas pela polícia no ano passado, com o argumento de que elas forneciam apoio financeiro ao terrorismo e tinham relações com organizações terroristas, foram consideradas justificadas pelo tribunal. Ela acrescentou que as batidas, nas quais a polícia utilizou uma quantidade desproporcional de força, não eram, portanto, legais.

O tribunal abordou a acusação da promotoria de que as pessoas eram membros do Movimento de Resistência Islâmica Palestina, do Hamas e da Irmandade Muçulmana. Entretanto, foi julgado que a Irmandade não é considerada como uma organização terrorista na Áustria.

A polícia de Viena invadiu sessenta endereços em 9 de novembro de 2020 e deteve trinta ativistas e acadêmicos muçulmanos, no que foi apelidado de “Operação Luxor”. Eles foram acusados de “estabelecer uma organização terrorista, apoio financeiro para o terrorismo, formação do crime organizado e lavagem de dinheiro”.

O uso desproporcional da força policial contra indivíduos conhecidos que eram tratados como terroristas levou ONGs, jornalistas e escritores a pedirem que a questão fosse esclarecida com urgência. A força excessiva deixou sua marca nos membros da família. Desde então, pelo menos dez crianças foram tratadas por questões de saúde mental. As famílias também tiveram problemas financeiros porque suas contas bancárias foram bloqueadas após as batidas.

LEIA: Egito emite 24 sentenças de morte em dois casos distintos

 

Categorias
ÁfricaÁustriaEgitoEuropa & RússiaNotícia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments