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Palestina devolve vacinas a Israel após descobrir que estavam prestes a vencer

Vacina contra a covid da Pfizer, em 12 de dezembro de 2020 [Marco Verch/Flickr]
Vacina contra a covid da Pfizer, em 12 de dezembro de 2020 [Marco Verch/Flickr]

O porta-voz do governo da Autoridade Palestina, Ibrahim Melhem, anunciou hoje (18), que o primeiro-ministro Muhammad Shtayyeh instruiu o ministro da Saúde a cancelar o acordo e devolver as doses de vacina recebidas pela ocupação israelense. Segundo ele, a equipe técnica constatou que as doses entregues expiram neste mês de junho e não são seguras, relatou a Quds News.

Em uma entrevista coletiva em Ramallah, o ministro da Saúde, Mai Al-Kila, disse que a equipe técnica do ministério analisou as vacinas e constatou não serem seguras e não estarem de acordo com as especificações. As doses entregues deveriam vencer apenas em julho ou agosto.   “As equipes especializadas do Ministério da Saúde descobriram que as vacinas que recebemos hoje do lado israelense não estavam de acordo com as especificações, então o governo decidiu devolvê-las”, disse Al-Kila.

O ministro também destacou que as vacinas não eram uma doação da ocupação israelense; e sim um acordo de empréstimo com a Pfizer. Israel aceitou enviar à Palestina cerca de um milhão de doses próximas do vencimento e, em troca, receberia em setembro e outubro o mesmo número de doses em remessas das vacinas Pfizer que originalmente iriam para os palestinos.

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O anúncio do acordo gerou revolta na Palestina, com acusações de corrupção contra funcionários da autoridade e do governo, demandas da sociedade para investigar as razões que fizeram com que a Autoridade Palestina aceitasse esse “empréstimo”.

“Israel deixou um milhão de vacinas de covid expirar enquanto milhões de palestinos sob seu governo militar permaneceram não vacinados. Então, arranjou um acordo onde os palestinos obteriam as doses expiradas em troca de um futuro lote fresco que nos era destinado!”, escreveu no twitter o médico palestino Belal Aldabbour.

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