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Pare de assediar cidadãos americanos, adverte Pompeo ao Egito

Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo exortou o Egito a interromper o assédio arbitrário contra cidadãos americanos

O Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo exortou o Egito a interromper o assédio contra cidadãos americanos.

O alerta ocorre pouco depois da libertação de Mohamed Amashah, de 24 anos, que possui cidadania egípcia e americana. Amashah passou quase 500 dias em uma prisão no Egito.

Amashah foi mantido sob detenção pré-julgamento por suposto mau uso das redes sociais e assistência a um grupo terrorista. Entretanto, representa de fato punição por exibir um cartaz durante manifestação na Praça Tahrir, no qual lia-se: “Liberdade aos presos políticos”.

Como muitos outros prisioneiros políticos que têm acesso limitado a recursos legais, Amashah decidiu manter-se em greve de fome para reivindicar sua soltura. Eventualmente, o prisioneiro teve de ceder sua cidadania egípcia como precondição ao retorno.

“Agradecemos o Egito por assegurar sua soltura e repatriação”, declarou Pompeo em coletiva de imprensa. “Ao mesmo tempo, porém, exortamos oficiais do Egito a interromper o assédio arbitrário contra cidadãos americanos e suas famílias que permanecem no país”.

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Em janeiro, Mustafa Kassem tornou-se o primeiro cidadão americano a morrer em uma prisão do Egito, após seis anos de detenção. Pompeo expôs o caso junto de autoridades egípcias, mas apelos por sua soltura foram reiteradamente ignorados.

Após a morte de Kassem, o secretário de estado expressou indignação. David Schenker, representante dos Estados ao Oriente Médio, afirmou que sua morte foi “desnecessária, trágica e evitável”.

O Egito é aliado fundamental dos Estados Unidos na região, ao conceder apoio à chamada “guerra ao terror” e aos tratados de paz com Israel. O Presidente Donald Trump referiu-se ao Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi como “meu ditador favorito”.

Nos meses recentes, no entanto, Estados Unidos e Egito apresentaram divergências diante de diversas questões.

Na última semana, um grupo de especialistas convocou Pompeo a alertar o Egito que o auxílio militar e outras formas de cooperação entre os países estão em risco, a menos que o regime de Sisi interrompa sua repressão severa contra ativistas e jornalistas.

A questão dos presos políticos permanece central e urgente no Egito, agravada pela pandemia de coronavírus. Há cerca de 60.000 prisioneiros políticos no Egito, muitos dos quais morreram devido a negligência médica e condições precárias de detenção.

Na terça-feira (7), Khaled Abdel Raouf Selim morreu sob suspeita de coronavírus, no Hospital Universitário de Banha, após permanecer detido na Prisão Geral de Banha.

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