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Legisladores dos Estados Unidos exigem a identificação dos assassinos de Jamal Khashoggi

Manifestante segura um cartaz que diz “Não nos esquecemos de Jamal Khashoggi”, ao participar de um protesto em frente ao Consulado da Arábia Saudita em Nova Iorque, 1° de junho de 2019 [Atilgan Özdil/Agência Anadolu]

A busca por justiça no caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi deu um passo adiante nesta semana, quando legisladores dos Estados Unidos realizaram um apelo oficial para que seus chefes de inteligência divulguem detalhes sobre a identificação dos responsáveis pelo assassinato do colunista do jornal americano The Washington Post, em outubro de 2018, dentro do consulado saudita em Istambul, Turquia. As informações são da agência Reuters.

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As reivindicações por evidências sobre a morte de Khashoggi são parte de um projeto de lei para estabelecimento do orçamento militar anual, o chamado Ato de Autorização da Defesa Nacional (NDDA), aprovado na última quarta-feira (11) na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Nesta semana, deverá ser votado no Senado.

Caso deferido, o Diretor da Inteligência Nacional terá então 30 dias para relatar detalhadamente ao Congresso todas as conclusões obtidas sobre quem orquestrou o ataque saudita que resultou no assassinato e esquartejamento de Jamal Khashoggi.

O documento deverá indicar as inferências da inteligência americana sobre o caso, por exemplo: “quem foi responsável, cúmplice, ordenou, controlou ou coordenou o assassinato”, assim como quem “impediu ou obstruiu investigações imparciais” sobre o caso.

Khashoggi, colunista do jornal The Washington Post e residente americano, foi morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, em 2 de outubro de 2018. Seu corpo jamais foi resgatado.

Segundo relatos da imprensa, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) chegou à conclusão que Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, ordenou pessoalmente o atentado contra a vida de Jamal Khashoggi. A princípio, bin Salman alegou que o jornalista crítico ao seu regime havia saído vivo do consulado saudita em território turco; agora, alega que o jornalista foi morto em uma operação clandestina que não envolveu a monarquia.

Em um relatório publicado em maio de 2019, Agnes Callamard, investigadora de direitos humanos das Nações Unidas, concluiu que houve uma “execução premeditada e deliberada,” e reivindicou que bin Salman – conhecido internacionalmente pela sigla MBS – seja detalhadamente investigado.

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