Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados, reportou na quinta-feira (19) que mais de dois milhões de sírios regressaram a seu país desde dezembro, quando implodiu o regime de Bashar al-Assad.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Mais de dois milhões de refugiados e deslocados à força retornaram para a casa desde dezembro — um sinal de esperança em meio a crescentes tensões regionais”, declarou Grandi na rede social X (Twitter).
Grandi anunciou viagem à Síria, a partir do Líbano, para o Dia Mundial dos Refugiados, nesta sexta-feira (20), ao reiterar a demanda por uma “solução política” no país árabe, assolado por 13 anos de guerra civil.
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Grandi advertiu também contra “mais uma onda de instabilidade e deslocamento”, em aparente referência à recente escalada regional Israel—Irã.
Milhões de sírios deixaram a Síria entre 2011 e 2024, após violenta repressão de Assad a protestos por democracia culminar em uma guerra civil.
Assad fugiu à Rússia em dezembro, após 25 anos no poder, sob um avanço-relâmpago da oposição armada. O colapso de seu governo encerrou a ditadura do partido Baath, bem como a dinastia iniciada por seu pai, Hafez, após seis décadas.
Ahmad al-Sharaa, que comandou as forças opositoras, foi nomeado presidente interino no fim de janeiro. A Síria, porém, teme instabilidade, seja por crise externa ou pressão interna para que al-Sharaa condene as transgressões regionais de Israel.