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Médica palestina recebe os restos mortais carbonizados de seus nove filhos após um ataque aéreo israelense contra sua casa no sul de Gaza

25 de maio de 2025, às 17h25

Familiares lamentam o translado dos corpos de 14 membros da mesma família, incluindo 8 crianças, para o Complexo Médico Nasser após um ataque aéreo israelense contra áreas residenciais no centro de Khan Yunis, sul de Gaza, em 23 de maio de 2025. [Hani Alshaer – Agência Anadolu]

A médica palestina Alaa al-Najjar, pediatra do Complexo Médico Nasser, ficou devastada com a chegada dos corpos e restos mortais de nove de seus filhos ao hospital onde trabalha. Eles morreram queimados em um ataque aéreo israelense contra a casa de sua família na área de Qizan al-Najjar, ao sul de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

De acordo com equipes da Defesa Civil, ontem, sexta-feira, o bombardeio destruiu completamente a casa da família e provocou um grande incêndio que consumiu seu interior. As equipes recuperaram os corpos de nove mártires, incluindo oito crianças carbonizadas. Seu marido, Dr. Hamdi al-Najjar, ficou gravemente ferido e foi transferido para a UTI.

Testemunhas oculares relataram que a Dra. Al-Najjar desmaiou ao identificar os restos mortais de seus filhos, com idades entre 2 e 12 anos, após eles chegarem ao hospital.

O Dr. Munir Al-Barsh, Diretor-Geral do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, explicou que a Dra. Alaa tem dez filhos, sendo o mais velho menor de 12 anos. Ela saiu naquela manhã com o marido para trabalhar, mas a casa deles foi atacada minutos após o retorno do marido.

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O bombardeio resultou na morte das crianças Yahya, Rakan, Raslan, Jubran, Eve, Rifan, Saydin, Luqman e Sidra. O décimo filho, Adam, sobreviveu com ferimentos.

Al-Barsh acrescentou: “Esta tragédia reflete a realidade do pessoal médico em Gaza. Os profissionais de saúde não são alvos apenas em seus locais de trabalho, mas também em suas casas e em suas famílias. Não há palavras para descrever a magnitude da tragédia.”

Este crime faz parte de uma série de ataques israelenses intensos à província de Khan Yunis e outras áreas da Faixa de Gaza nas últimas semanas, que custaram a vida de centenas de pessoas, a maioria mulheres e crianças, em meio a crescentes acusações internacionais de crimes de guerra contra civis.

Com apoio americano e europeu, Israel vem cometendo genocídio na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, resultando em mais de 175.000 mortos e feridos palestinos, a maioria crianças e mulheres, além de mais de 14.000 desaparecidos.

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