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Defensor de Israel diz: “Estou bem com quantas crianças mortas forem necessárias”

25 de abril de 2025, às 11h31

Um profissional de saúde carrega o corpo de uma criança, que morreu em consequência dos ataques israelenses na área de ez-Zawaydah, na Cidade de Gaza, enquanto os corpos são levados para o Hospital dos Mártires de al-Aqsa para sepultamento em Deir al-Balah, Gaza, em 25 de abril de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

Em mais uma ilustração da mania genocida que assola setores da base de apoio pró-Israel, um comentarista antipalestino declarou abertamente estar disposto a ver “quantas crianças mortas forem necessárias” para que Israel alcance seus objetivos em Gaza.

No exemplo mais recente dessa mania, um tuíte viral de um proeminente apoiador pró-Israel, escrito sob a tag “Misfitpatriot” — escondendo-se atrás do manto do anonimato — provocou indignação generalizada por endossar explicitamente o massacre de crianças palestinas como um passo necessário na campanha de extermínio em curso por Israel em Gaza. O tuíte, que foi visualizado mais de 2,7 milhões de vezes, diz: “Estou tranquilo com quantas crianças mortas forem necessárias” e prossegue: “Literalmente, cada palestino pode morrer se for necessário para salvar Israel”.

A mensagem prossegue, fazendo referências controversas a incidentes bíblicos, notadamente a destruição de Sodoma e Gomorra e a morte de primogênitos egípcios, para justificar o assassinato de crianças em Gaza.

Críticos destacaram o fato de que o grupo terrorista Daesh também invocou textos religiosos para justificar atos de crueldade e violência hedionda. Eles argumentam ainda que textos religiosos estão sendo apropriados de forma comparável para apoiar um movimento político etnonacionalista que defende a limpeza étnica e o genocídio de uma população nativa.

Invocar textos religiosos para justificar o assassinato em massa de civis — especialmente crianças — é amplamente visto como revelador de uma mentalidade genocida profundamente perturbadora que alimenta o apoio à campanha de extermínio em curso por Israel em Gaza.

A publicação inflamatória surgiu enquanto Israel está sob investigação por genocídio pela Corte Internacional de Justiça. Quase 52.000 palestinos, principalmente mulheres e crianças, foram mortos em Gaza.

Observadores destacaram o tuíte como indicativo de uma radicalização mais ampla entre os defensores declarados de Israel, cujas declarações públicas refletem cada vez mais um apoio aberto à violência extrema contra civis palestinos. O tuíte gerou reações negativas consideráveis ​​de diversos setores, alarmados com a normalização desse tipo de retórica no discurso público.

Críticos descreveram Israel como dominado por uma “mania de genocídio”, observando que muitos de seus principais defensores fora do país ecoaram sentimentos igualmente extremos.

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