clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Nem mesmo navios egípcios estão isentos de taxas de trânsito, diz Autoridade do Canal de Suez

15 de maio de 2025, às 09h55

Um navio transita pelo Canal de Suez em direção ao Mar Vermelho em 10 de janeiro de 2024 [Sayed Hassan/Getty Images]

A Autoridade do Canal de Suez respondeu a um suposto pedido do presidente dos EUA, Donald Trump, para permitir que navios americanos passem pelo canal gratuitamente, afirmando que nenhum navio está isento do pagamento de taxas de trânsito — nem mesmo os egípcios.

Em entrevista ao canal de TV egípcio Al-Hadath Al-Youm ontem, o presidente da Autoridade do Canal de Suez, Osama Rabie, declarou: “Não recebi nenhum pedido oficial dessa natureza e não isentamos nenhum navio do pagamento de taxas”. Ele enfatizou que a Convenção de Constantinopla proíbe a discriminação entre embarcações, garantindo que todos os navios, incluindo os egípcios, estejam sujeitos às taxas de trânsito padrão.

“Não há isenções”, disse Rabie. “Até navios egípcios pagam as taxas porque recebem um serviço, e quase metade da receita do canal é gasta na modernização da hidrovia e na prestação de serviços de navegação.”

Comentando sobre a potencial concorrência de outras rotas comerciais globais, Rabie disse: “Cada um age em seu próprio interesse, e nós fazemos o mesmo.”

LEIA: Empresário egípcio envia mensagem dura a Trump após comentários sobre o Canal de Suez

Ele também anunciou que novos descontos de 15% nas taxas de trânsito entrarão em vigor amanhã. As reduções se aplicarão a navios porta-contêineres com mais de 130.000 toneladas — navios que atualmente evitam o canal e optam pela rota mais longa ao redor do Cabo da Boa Esperança.

Rabie disse que o momento foi escolhido devido à relativa calmaria no Mar Vermelho. Ele ressaltou que não houve ataques a navios desde dezembro e que atualmente existe um acordo entre os Houthis e os Estados Unidos para não atacar embarcações no Mar Vermelho.

Ele acrescentou que a rota do Cabo da Boa Esperança impõe maiores encargos financeiros, de segurança e logísticos aos navios, ao contrário do Canal de Suez, que oferece uma opção mais curta e econômica. Os novos incentivos visam tornar o canal ainda mais atraente por meio de novas reduções nas tarifas.

Rabie concluiu: “Os navios eventualmente retornarão ao canal. O objetivo agora é incentivá-los a tomar essa decisão o mais rápido possível.”

Ele revelou que o tráfego diário atual pelo canal é de 35 a 40 navios, em comparação com 75 a 80 antes da crise atual. Ele também observou que a receita em dólares americanos caiu até 62%.

LEIA: O Tratado de Paz de Camp David é a mãe de todos os males