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Noruega insta empresas a evitar negócios com assentamentos de Israel

Assentamento ilegal israelense de Maale Adumim, perto de Jerusalém, na Cisjordânia ocupada, em 16 de agosto de 2023 [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

O governo da Noruega, nesta quinta-feira (7), fez um apelo a empresas do país para que evitem comércio e negócios que contribuam com a manutenção dos assentamentos ilegais israelenses nos territórios palestinos ocupados, reportou a agência de notícias Anadolu.

“Por anos, somos claros de que a política de assentamentos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental viola a lei internacional, incluindo a lei humanitária e de direitos humanos”, alertou em nota o ministro de Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide.

Conforme o chanceler, empresas nacionais devem estar cientes de que “por meio de atividades econômicas e financeiras nos assentamentos, violam o direito internacional e se põem em risco de colaborar com abusos humanitários e de direitos humanos”.

“O último ano foi o mais letal aos palestinos da Cisjordânia desde que a Organização das Nações Unidas [ONU] começou a registrar os números”, acrescentou Barth Eide. “Repito que a injustiça à qual os palestinos são submetidos tem de acabar”.

LEIA: Fome se alastra em Gaza, em meio a ataques a comboios e recusa de Israel

O alerta ocorre após uma série de anúncios de países ocidentais de sanções contra colonos que cometam ataques contra comunidades palestinas na Cisjordânia.

Em fevereiro, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reiterou que expandir os assentamentos na Cisjordânia é “inconsistente com a lei internacional”. O ministro expressou “decepção” com os planos israelenses para construir novas unidades coloniais em terras ocupadas.

“Nossa administração mantém firme oposição à expansão dos assentamentos e, da forma como vemos, isso apenas enfraquece, e não fortalece, a segurança de Israel”, alegou Blinken em visita à Argentina, onde conversou com seu mais recente aliado regional, o presidente de ultradireita, Javier Milei.

O governo americano do presidente Joe Biden sofre crise interna em plena campanha eleitoral, na qual o incumbente democrata deve voltar a enfrentar seu predecessor republicano, Donald Trump. Eleitores progressistas — cruciais à vitória de Biden em 2020 — destacam seu apoio aos crimes israelenses em Gaza como razão para se abster do voto.

A crise de relações públicas se espalha ainda por aliados de Israel na Europa, como Reino Unido, França e Alemanha. Países como Irlanda, Espanha e Noruega, não obstante, mantêm apoio aos palestinos desde a deflagração da crise.

Israel conduz ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. A ocupação impõe ainda um cerco absoluto à população civil — sem comida, água, remédios ou combustível. Ao menos 16 crianças morreram de fome.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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