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Israel transforma alimentos em armas para forçar palestinos a abandonar direitos, afirmam documentos da ONU

Crianças esperam para tomar a sopa distribuída para pessoas necessitadas por uma instituição de caridade em Gaza em 24 de março de 2023 [ Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O Relator Especial da ONU sobre o Direito à Alimentação publicou dois documentos nos quais se diz que a comida foi armada por Israel para forçar os palestinos a abandonar seus direitos legítimos. Os documentos foram preparados pelo Grupo Árabe para a Proteção da Natureza (APN) e detalham a natureza, grau e impacto da violência israelense nos sistemas alimentares da Jordânia e da Palestina.

No documento sobre, como  a situação afeta os palestinos, são descritas as várias táticas adotadas pela ocupação israelense para usar a comida como arma. A intenção é tornar os palestinos dependentes de Israel para alimentação, bem como forçá-los a abrir mão de seus direitos. Essas táticas incluem “arrancar árvores sistematicamente, impedir que os palestinos acessem suas terras e, em seguida, confiscar ilegalmente terras incultas, além de envenenar rotineiramente a água e o solo palestinos”.

Com relação à situação na Jordânia, o jornal da APN revelou um plano israelense para prejudicar o setor agrícola do país ao incendiar terras no Vale do Jordão, que representa a pedra angular da soberania alimentar nacional.

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O plano também inclui a expansão da “hegemonia de Israel sobre os recursos hídricos da Jordânia por meio de diferentes estratégias, como o bombeamento excessivo e o desvio do excesso de água para projetos de desenvolvimento, bem como a poluição da parte sul do rio com resíduos agrícolas”. Essas violações, disse a APN, “tiveram um impacto negativo nos recursos hídricos da Jordânia, que é o segundo país com escassez de água no mundo em termos de consumo anual de água per capita”.

Os documentos exigem medidas de responsabilidade mais rígidas para “responsabilizar Israel por seus ataques sistemáticos aos sistemas alimentares palestinos e jordanianos e forçar Israel a compensar os agricultores afetados pelos danos e perdas causados por esses ataques”.

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