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Gantz acusa Netanyahu de ‘golpe de estado’ e de incitar ‘guerra civil’

Ex-ministro da Defesa de Israel Benny Gantz em Tel Aviv, 20 de janeiro 2022 [Jack Guez/AFP via Getty Images]

Benny Gantz, ex-ministro israelense e chefe do partido oposicionista União Nacional, chamou a população às ruas no domingo (8) para manifestar-se contra a tentativa de tomada do judiciário pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Gantz – que serviu como Ministro da Defesa e comandante máximo do exército – insistiu que a maioria dos israelenses se opõe ao “golpe de estado” promovido por Netanyahu.

Durante encontro de seu partido no parlamento (Knesset), Gantz argumentou que a reforma do sistema judiciário proposta pelo atual premiê levará à “guerra civil” e convocou apoiadores: “É hora de sairmos em massa e protestar; é hora de fazer este país tremer”.

Netanyahu alegou a seu próprio partido – o ultranacionalista Likud – que quer apenas “devolver Israel ao equilíbrio correto”, ao estabelecer uma balança de poder entre executivo e legislativo supostamente similar a Estados Unidos e países da União Europeia.

Netanyahu reiterou que seu governo “tem claro mandato concedido pelo público para executar seus planos”, conforme as promessas de sua campanha eleitoral, incluindo a reforma da justiça. “Não temos medo de uma campanha enviesada de mídia contra nós”, afirmou o premiê.

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Gantz contrapôs e advertiu para uma iminente “guerra civil” em Israel, caso Netanyahu prossiga

com seus planos. “Haverá um impacto fatal na segurança nacional, tanto na noção de resiliência dos cidadãos em todos os segmentos da sociedade quanto na capacidade da Suprema Corte em servir de ‘Domo de Ferro’ legal perante o mundo”, prosseguiu o militar de carreira em alusão ao sistema antiaéreo das Forças Armadas da ocupação.

Sobre os processos de corrupção contra o premiê, alertou Gantz: “Se você [Netanyahu] acredita que uma injustiça lhe foi feita, não tente corrigi-la ao injustiçar o Estado e a sociedade de Israel. Trata-se de um ato antipatriota e antissionista”.

Gantz alegou ainda que os eventuais protestos não são contra Netanyahu ou seu governo, mas sim “contra a erosão da democracia e tamanha medida destrutiva”.

Em resposta, o primeiro-ministro acusou seu pertinaz adversário político de “plantar sementes do desastre” ao convocar a população às ruas e instigar a “sedição no Knesset”.

O atual Ministro de Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir – parlamentar de extrema-direita cujo apoio assegurou o retorno de Netanyahu ao poder – declarou: “Também vemos enorme risco à democracia e incitação contra o ministro Yariv Levin [Justiça], mediante bloqueio de estradas”.

ASSISTA: Parlamentar israelense Itamar Ben-Gvir invade complexo de Al-Aqsa

Levin introduziu sua proposta que, conforme a oposição, deverá paralisar a Suprema Corte.

“Sou a favor de protestos”, concluiu Ben-Gvir. “Entretanto, qualquer um que bloqueie estradas e perca o controle precisa ser preso”.

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