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Israel estuda expandir ‘Lei do Retorno’ a quarta geração de judeus russos

Sinagoga em Moscou, Rússia, 28 de julho de 2022 [Kirill Kudryavtsev/AFP/Getty Images]

O governo israelense estuda a possibilidade de estender a chamada Lei do Retorno para conter a quarta geração de descendentes de judeus russos, que tentam fugir da convocação militar em massa ordenada pelo presidente Vladimir Putin, em decorrência da guerra na Ucrânia.

Conforme o jornal Times of Israel, o Ministro das Finanças Avigdor Lieberman propôs a medida, em caráter supostamente provisório, durante reunião do gabinete de governo no domingo (2).

O premiê Yair Lapid requereu uma discussão detalhada sobre a matéria, durante novo encontro ministerial realizado nesta segunda-feira (3).

“Não propomos incluir a quarta geração na Lei do Retorno ou concedê-la cidadania automática, mas sim tratá-la com base em nossa obrigação histórica concernente aos valores humanitários e judaicos”, escreveu Lieberman no Twitter.

“O povo judeu sofreu várias tragédias e enorme miséria na Segunda Guerra Mundial, momento no qual nenhum país do mundo aceitava seus refugiados”, reafirmou. “Esta é a quarta geração, filhos de judeus com laços claros com o judaísmo e com familiares que vivem em Israel”.

Contudo, o ministro de extrema-direita foi criticado pelo parlamentar sionista Simcha Rothman. “A Lei do Retorno foi implementada para que Israel seja um estado judeu”, afirmou o deputado no Twitter. “Lieberman trabalha para destruir a identidade judaica de Israel”.

A maioria dos emigrantes russos são judeus, mas nem todos possuem parentes na comunidade. Sob a Lei do Retorno de Israel, o requerente precisa ter ao menos um avô judeu para ter direito a cidadania imediata. Cerca de 600 mil russos se qualificam, de maneira que a escala migratória parece ter tomado o Kremlin de surpresa.

Grupos de direitos humanos denunciam a Lei do Retorno – entre outras leis discriminatórias – como parte do sistema de apartheid imposto por Israel aos palestinos nativos, que sofrem com limpeza étnica desde a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, que abriu caminho à tomada das terras ocupadas por colonos estrangeiros, em detrimento do direito internacional.

Os palestinos nativos são privados do direito legítimo de retorno a suas terras, mesmo embora fosse prerrogativa da filiação de Israel à Organização das Nações Unidas (ONU).

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