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‘Deslocamento, subjugação e morte’: Objetivos de Israel são claros, alerta diplomata na ONU

Palestinos tentam retornar a Khan Younis, cidade no sul de Gaza destruída pelos ataques de Israel, em 15 de maio de 2024 [Anas Zeyad Fteha/Agência Anadolu]
Palestinos tentam retornar a Khan Younis, cidade no sul de Gaza destruída pelos ataques de Israel, em 15 de maio de 2024 [Anas Zeyad Fteha/Agência Anadolu]

Riyad Mansour, embaixador do Estado da Palestina nas Nações Unidas, voltou a denunciar nesta sexta-feira (17) as atrocidades de Israel contra o povo palestino, ao observar que o governo em Tel Aviv, comandado pelo premiê Benjamin Netanyahu, “não esconde mais suas intenções”, isto é, “deslocamento, subjugação e morte”.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Levou 75 anos para que as Nações Unidos reconhecessem e marcassem o Dia da Nakba, mas a Nakba não é apenas um evento histórico”, declarou Mansour durante um painel extraordinário de debates intitulado “1948-2024: A Nakba palestina em curso”, realizado em 15 de maio, data que marca a “catástrofe” palestina, quando 800 mil pessoas foram expulsas de suas terras e 500 aldeias e cidades foram destruídas para permitir a criação do Estado colonial de Israel.

“A Nakba é uma realidade terrível ainda enfrentada por nosso povo, à medida que Israel insiste em seus planos para nos apagar da história e da cartografia”, acrescentou Mansour.

O evento, destacou o diplomata, ocorre “em paralelo a um dos mais terríveis capítulos da Nakba em curso”, em referência aos ataques indiscriminados de Israel contra a Faixa de Gaza há quase sete meses, deixando 35 mil mortos, 80 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Os palestinos recordam sua tragédia em 15 de maio, marcando neste ano o 76° aniversário do exílio e apartheid que se impôs a seu país. Em contrapartida, Israel celebra sua “independência” no dia anterior, quando milícias coloniais realizaram uma campanha de chacinas documentadas na Palestina ancestral.

Apesar dos esforços de Israel para negar a existência e os direitos do povo palestino, incluindo o direito a um Estado próprio, Mansour reafirmou que “há hoje um reconhecimento universal da causa palestina, que logo culminará no reconhecimento internacional de nosso Estado”.

“Há um consenso global sobre o imperativo de dar fim à ocupação israelense, de materializar os nossos direitos humanos e nacionais”, acrescentou o diplomata.

Mansour concluiu sua fala ao agradecer os estudantes das universidades dos Estados Unidos — a partir de Columbia, se espalhando a todo o país e ao exterior — por “sua bravura e posição de princípios, ao pedir o fim da guerra e desarmamento das forças de Israel”.

Em 10 de maio, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou com ampla maioria — 143 votos favoráveis, contra nove contrários e 25 abstenções — uma resolução para reabrir o processo de integração plena do Estado da Palestina como membro da ONU.

Em 2011, a Palestina se candidatou oficialmente ao órgão, porém sob veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança. No ano seguinte, obteve status de “observador permanente”. Desde então, soma reconhecimento para reaver o processo.

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Palestina: quatro mil anos de história
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