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Colonos israelenses ateiam fogo a caminhão ao confundi-lo com ajuda a Gaza

Colonos israelenses se reúnem no porto de Ashdod para obstruir a rota de caminhões assistenciais com destino a Gaza, no território considerado Israel, em 4 de fevereiro de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Colonos ilegais israelenses atearam fogo a um caminhão e agrediram seu motorista na manhã desta sexta-feira (17), na Cisjordânia ocupada, após confundir a carga com suposta assistência humanitária destinada a Gaza.

Segundo o jornal Times of Israel, soldados da ocupação se viram forçados a intervir para apartar os colonos do motorista, mas também foram atacados, deixando três oficiais feridos.

Em nota, o exército ocupante confirmou o incidente em uma junção próxima ao assentamento ilegal Kochav Hashahar, a nordeste de Ramallah, onde o veículo foi incendiado.

Segundo o relato, soldados forneceram primeiros-socorros ao motorista, mas foram agredidos.

Os colonos devem ser indiciados, conforme a nota — indicando tratamento discriminatório caso a nacionalidade do motorista fosse palestina, como em situações de pogroms contra cidades e aldeias árabes, quando colonos permanecem impunes.

Nesta quinta-feira, um caminhão palestino também foi incendiado perto do assentamento ilegal de Givat Asaf, a leste de Ramallah — desta vez, sem quaisquer prisões.

ASSISTA: Colonos israelenses ocupam lar palestino com familia dentro 

Caminhões são utilizados na região para fins comerciais e não constituem a rota de entrega de itens assistenciais a Gaza, reportou o jornal israelense Haaretz.

Em um vídeo compartilhado online, o motorista palestino é visto ferido no asfalto, quando um oficial israelense, com ranking de capitão, passa por ele. Escuta-se um colono gritar: “É isso que acontece quando se leva comida aos terroristas do Hamas [sic]”.

Ataques coloniais na Palestina ocupada atingiram índices sem precedentes, segundo as Nações Unidas, e a impunidade mantida pelas autoridades de Israel alimenta um ambiente de violência e escalada.

Quase 500 palestinos da Cisjordânia foram mortos por soldados e colonos desde 7 de outubro, além de 4.900 feridos e aproximadamente dez milhões de presos sem o devido processo — isto é, reféns por definição.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob ordens para permitir o fluxo humanitário desde janeiro — contudo, sem aval. Nesta semana, colonos — incitados por ministros e deputados — foram flagrados em vídeo destruindo alimentos e outras remessas.

Em Gaza, a situação humanitária continua crítica, incluindo a crise de fome generalizada, diante de uma aproximação da escalada israelense à cidade de Rafah, no extremo sul, que abriga 1.5 milhão de refugiados.

A travessia de Rafah, na fronteira com o Egito, permanece fechada há mais de uma semana, ao passo que tropas israelenses tomaram o controle do lado palestino.

Israel mantém ataques Gaza há sete meses, deixando 35 mil e quase 80 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as vítimas fatais, cerca de 15 mil são crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, genocídio e crime de guerra.

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