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Estudantes do Chile exigem ruptura de relações com Israel

Protesto pró-Palestina na Universidade do Chile, no Dia da Nakba, em Santiago, 15 de maio de 2024 [Lucas Aguayo Araos/Agência Anadolu]

A Federação dos Estudantes (FEUC) e a Organização em Solidariedade à Palestina (OSP-UC) da Pontifícia Universidade Católica do Chile entregaram uma carta ao presidente Gabriel Boric para reivindicar “medidas adicionais concretas e decisivas para cortar relações com Israel”.

Boric visitou os estudantes na quinta-feira (16), no campus em Santiago.

Os universitários exigiram que “o governo do Chile dê apoio ao processo legal aberto pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça”, órgão sediado em Haia, que acatou a “plausibilidade” do crime de genocídio cometido em Gaza ainda em janeiro.

Para os signatários, é “inexplicável” que o país sul-americano, que possui a maior comunidade palestina na diáspora fora do Oriente Médio, protele sua adesão à denúncia — “considerando o número de chilenos de raízes palestinas e o fato do Estado basear sua política externa do direito internacional”.

Os estudantes reforçaram ainda “a urgência da autoridade executiva de apoiar um projeto de lei de lei que proíba a importação de bens e serviços dos assentamentos nos territórios ocupados, aprovado pelo Comitê de Direitos Humanos do parlamento em janeiro”.

“Somos gratos às decisões [da presidência] em favor da Palestina, a terra de nossos pais e avós, mas queremos mais”, acrescentaram os estudantes de raízes palestinas.

A visita de Boric e o encontro com os manifestantes ocorreu um dia após o ato estudantil instar Santiago a cortar relações militares, econômicas e diplomáticas com Israel, devido à campanha de genocídio na Faixa de Gaza.

Em discurso aos estudantes, durante protesto na universidade que marcou o 76° aniversário da Nakba, ou catástrofe palestina, em 1948, Boric observou: “É importantíssimo que não vejamos este aniversário como mais um ano, mas sim no contexto do maior genocídio do mundo”.

Os estudantes entoaram palavras de ordem como “Basta de morte de crianças”, “Corte relações com Israel” e “Não é guerra, é genocídio”.

Os universitários preparam um acampamento pró-Palestina no campus, como os atos realizados na Universidade de Columbia, em Nova York, que se espalharam por todo o território americano e então ao exterior. A Universidade de São Paulo (USP) se juntou às ações.

Nesta sexta-feira (17), o Tribunal Internacional de Justiça concluiu uma audiência sobre apelos sul-africanos por “medidas adicionais” emitidas pela corte em seu processo de genocídio contra Israel, após avanços coloniais à cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga 1.5 milhão de refugiados.

O Brasil, mediante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconhece o genocídio em Gaza e apoia o processo da África do Sul. No entanto, procrastina uma ruptura de relações, sob pressão de ativistas pró-Palestina e movimentos sociais.

Em janeiro, Haia ordenou Israel “medidas para impedir atos de genocídio contra os palestinos e melhorar a situação humanitária em Gaza” — contudo, sem aval.

LEIA: Time de futebol do Chile pede fim do genocídio em Gaza

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