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Egito é impactado pela segunda estudante vítima de feminicídio em menos de 2 meses

A estudante egípcia de 20 anos Salma Bahgat foi esfaqueada 17 vezes até a morte após rejeitar um pretendente [Wirjil/Twitter]
A estudante egípcia de 20 anos Salma Bahgat foi esfaqueada 17 vezes até a morte após rejeitar um pretendente [Wirjil/Twitter]

Uma egípcia de 20 anos foi esfaqueada 17 vezes até a morte apenas um mês e meio após o assassinato brutal de Naira Ashraf.

Segundo relatos, Islam Mohamad, de 22 anos, assassinou Salma Bahgat depois de postar ameaças em sua rede social pela recusa da jovem a sua proposta de casamento.

Salma estudava comunicação de massa na Shorouk Academy, que divulgou um comunicado lamentando a notícia de sua morte.

Islam Mohamad era um estudante da mesma universidade. De acordo com relatos da mídia local, Islam tinha “Salma meu amor” tatuado no peito.

A trágica morte de Salma Bahgat e sua proximidade com um recente feminicídio que abalou o país destaca a urgência de as autoridades egípcias agirem contra a violência contra as mulheres.

Em junho, outra estudante universitária egípcia, Naira Ashraf, foi espancada e esfaqueada até a morte do lado de fora da Universidade de Mansoura por Mohamed Adel, cuja proposta de casamento ela havia recusado. O assassinato se tornou viral quando imagens do esfaqueamento foram compartilhadas online.

Enquanto os defensores dos direitos humanos pediam que o governo egípcio agisse contra a violência contra as mulheres, outros ofereceram dinheiro à família de Mohamed em troca de perdoá-lo. “Samaritanos” do Egito e da Grécia se ofereceram para pagar os honorários legais de Mohamed.

Mohamed Adel foi condenado à morte em um julgamento no qual a família e amigos de Naira disseram que ele a perseguia, o que os levou a denunciá-lo à polícia.

Mohamed também enviou mensagens de texto para Naira ameaçando matá-la.

Nos últimos meses, as autoridades egípcias lançaram uma campanha de prisões contra as próprias mulheres com muitos seguidores nas redes sociais e as acusaram de atuações “morais” ultrajantes, como “violação de princípios e valores familiares”.

LEIA: EUA julgam taxista egípcio por ‘assassinato de honra’ de suas duas filhas

Em um desses casos, uma influenciadora foi condenada a dez anos de prisão acusada de  tráfico de pessoas.

Outra mulher, Menna Abdelaziz, foi presa pelas forças de segurança depois de pedir ajuda em um vídeo ao vivo por ter sido estuprada e espancada.

Menna foi presa por quatro meses sob a acusação de “violar os princípios e valores da família”.

Outro post sobre o caso alerta que “o sistema legal no Egito não pode se limitar apenas ao papel punitivo, especialmente no que diz respeito à violência contra a mulher, como no caso de Salma Bahgat, Naira Ashraf e muitos outros casos. Deve haver meios de proteção para prevenir, tanto quanto possível, o crime antes que ele ocorra. O que está acontecendo é muito perigoso. Todo mês há uma nova vítima!”

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