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Sírios deslocados em campos de Idlib sofrem com o agravamento das condições neste Ramadã

Vista de um campo de refugiados sírios, que foram deslocados pelos ataques do regime de Assad e se abrigaram nos campos, em Idlib, Síria, em 07 de julho de 2021 [Muhammed Said/Agência Anadolu]

Os campos de deslocados na província de Idlib, no noroeste da Síria, estão sofrendo com o agravamento da crise econômica e alimentar neste Ramadã, com os moradores mal conseguindo comprar itens básicos devido a uma mistura de preços altos e escassez de alimentos.

De acordo com a Agência Anadolu, os sírios deslocados de uma década de guerra vivem em acampamentos em toda a província de Idlib, encontrando cada vez mais dificuldades para adquirir alimentos e itens necessários, uma situação que atingiu especialmente a chegada do mês sagrado islâmico do Ramadã neste ano.

A Anadolu citou, por exemplo, um sírio deslocado chamado Ahmad Abu Omar, que fugiu da cidade de Hama há quatro anos e agora vive no acampamento Qafar Arouq em Idlib, dizendo que “não podemos comprar nem um quilo de batatas, muito menos óleo de girassol. Cozinhamos sem óleo. Vamos ao médico, mas não podemos comprar remédios na farmácia”. Acrescentou que, devido ao desemprego, não possui sequer uma lira.

Uma mulher deslocada, chamada Om Ahmad, disse que ela e outras pessoas coletam ervas das montanhas em um esforço para sobreviver e que não há comida para comer em suas barracas.

As dificuldades também afetaram a maneira como os moradores dos campos de deslocados veem o mês do Ramadã – um momento de celebração e comunidade, além de jejum – com um homem chamado Mahir Muhammad dizendo: “Não sentimos que é o Ramadã. Não posso comprar nada que possa fazer meus filhos felizes”. Ele reclamou que “ninguém ajuda nosso acampamento. Queremos comprar roupas para os nossos filhos para o Ramadã, mas não podemos pagar”.

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Apesar de instituições de caridade e grupos – baseados na região e no exterior – tentarem fornecer refeições quentes para quebrar o jejum dos residentes do campo e conduzir campanhas de arrecadação de fundos no exterior para financiar o processo, os esforços são incapazes de atender às necessidades de mais de dois milhões de deslocados em Idlib.

O agravamento das condições não se deve apenas à escassez de produtos básicos, como trigo e óleo de cozinha, mas também à deterioração da situação econômica na província controlada pela oposição, como em toda a Síria.

Em Idlib, porém, as crises econômicas e alimentares são resultado direto da queda da lira turca, bem como o fato de que mercadorias como o trigo na província são importadas da Turquia, o que é impactado pela escassez de importações da Rússia e da Ucrânia.

De acordo com a agência de notícias Al-Monitor, o diretor de relações públicas do Ministério da Economia no Governo da Salvação [da oposição baseada em Idlib], Hamdo al-Jassem, informou que “os mercados de Idlib dependem da importação de vegetais e frutas da Turquia, e o aumento da demanda levou a aumentos de preços antes do Ramadã. A oferta está baixa, já que a maioria das frutas e dos legumes está fora de época”.

Ele acrescentou que as autoridades de Idlib também estão “realizando uma intervenção de emergência monitorando os preços e a inflação do mercado diariamente e impedindo monopólios. Durante o primeiro trimestre de 2022, o governo emitiu 1.190 multas por violações de mercado”.

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