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Sudão revoga licença de transmissão da Al Jazeera; rede internacional condena medida

Cartum acusou a Al Jazeera de não ser profissional ao cobrir os protestos contrários ao golpe, que abalaram o país, e prejudicar assim o tecido social e a segurança nacional

A rede internacional de notícias Al Jazeera condenou neste domingo (16) as autoridades sudanesas por revogar a licença de transmissão da emissora local Al Jazeera Mubasher e cancelar as credenciais de dois de seus jornalistas.

“O Ministério da Cultura e da Informação revogou as credenciais do repórter Mohammed Omar e do fotógrafo Badawi Bashir, sob pretexto de cobertura ‘pouco profissional dos assuntos sudaneses’ e ‘informações incorretas’ que prejudicam os interesses do país”, afirmou em nota.

“A Al Jazeera condena a interferência em seu dever de cobrir justa e objetivamente os eventos no país, ao impedir seus jornalistas de operar com liberdade e praticar sua profissão”, acrescentou a agência sediada em Doha, capital do Catar.

A emissora descreveu a medida sudanesa como “ataque à liberdade de imprensa como um todo” e conclamou organizações internacionais de imprensa e direitos humanos a repudiar publicamente “esta violação à segurança dos jornalistas”.

Cartum confirmou ontem a revogação da licença de transmissão da Al Jazeera Mubasher.

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O ministério responsável alegou em carta ao diretor da emissora que a medida decorreu de “abordagens pouco profissionais” de seus repórteres e divulgação de conteúdos que “prejudicaram interesses maiores e a segurança nacional”.

A embaixada dos Estados Unidos em Doha também condenou a decisão.

É a segunda vez que autoridades sudanesas fecham o escritório da Al Jazeera no país. Em maio de 2019, suas operações foram encerradas pelo recém-instaurado governo militar, após a deposição do longevo ditador Omar al-Bashir; meses depois, foram retomadas.

O Sudão permanece em crise desde 25 de outubro de 2021, quando o exército destituiu o governo transicional do premiê Abdalla Hamdok e declarou “estado de emergência”.

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