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Ao renunciar, chanceler sudanesa acusa Israel e Egito de apoiar o golpe militar

Ministra de Relações Exteriores do Sudão Mariam al-Sadiq al-Mahdi, durante coletiva de imprensa na chancelaria em Cartum, 18 de setembro de 2021 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Egito e Israel apoiaram o golpe de estado de 25 de outubro, coordenado pelo comandante do exército Abdul Fattah al-Burhan, afirmou nesta segunda-feira (22) a Ministra de Relações Exteriores do Sudão, Mariam al-Sadiq al-Mahdi.

Em debate com o think tank Atlantic Council, sediado em Washington, a chanceler sudanesa observou que o governo egípcio evitou apoiar publicamente o golpe, mas tampouco condená-lo, a despeito da pressão dos Estados Unidos.

Al-Mahdi mencionou ainda o pedido de Jeffrey Feltman, enviado especial americano ao Chifre da África, para que Israel mediasse as negociações com Burhan. Feltman viajou ao estado sionista e solicitou apoio a um eventual encontro com o comandante do exército.

A ministra também revelou que o general tentou obter suporte de Tel Aviv ao golpe de estado, ao insistir que as medidas teriam um caráter favorável à posição israelense.

Al-Mahdi esteve entre os 11 ministros destituídos pelas Forças Armadas em outubro.

LEIA: Ministros renunciam no Sudão em protesto ao acordo com o exército

Nesta segunda-feira (22), a chanceler encaminhou sua carta de renúncia ao chefe do governo transicional, Abdalla Hamdok, que negociou com o exército para ser reempossado como premiê, no dia anterior. Diversos ministros condenaram o acordo.

Burhan, não obstante, alegou que o compromisso “abre caminho para uma transição com certos objetivos, incluindo abordar questões de segurança e subsistência”.

Segundo o líder das Forças Armadas, o novo pacto tem como meta “suprir as demandas por paz e os preparativos para eleições livres e transparentes”.

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