Portuguese / English

Middle East Near You

Presidente da Tunísia rejeita diálogo com ‘traidores’

Presidente da Tunísia Kais Saied no Palácio Real de Bruxelas, Bélgica, 3 de junho de 2021 [Olivier Matthys/Getty Images]

O Presidente da Tunísia Kais Saied reiterou ontem (14) que não fará acordos com aqueles que descreveu como “traidores”, segundo informações da agência Reuters.

“Não negocio com traidores e aqueles que gastam recursos para ofender seu país”, declarou Saied em vídeo compartilhado online pela presidência. “Nenhum diálogo com eles!”

Nos últimos dias, relatos foram divulgados pela imprensa local de que o Ennahda — maior partido no parlamento, cujas atividades continuam suspensas sob ordens de Saied — contratou uma companhia estrangeira para mobilizar forças contra o presidente.

O partido, no entanto, nega veementemente as acusações.

“Eles pagaram quase três milhões de dinares [US$1.07 milhões] a grupos estrangeiros para prejudicar seu próprio país”, insistiu Saied; porém, sem mencionar o Ennahda.

Em 25 de julho, o presidente tunisiano apelou ao Artigo n°80 da Constituição para destituir o premiê Hicham Mechichi, congelar o parlamento por 30 dias, revogar a imunidade de ministros e indicar a si mesmo como chefe da autoridade executiva no país.

Em teoria, seus poderes devem durar até a formação de um governo. Até então, contudo, Saied prorrogou a indicação de um novo primeiro-ministro.

LEIA: Sistema político da Tunísia deve mudar, diz assessor do presidente sobre possível referendo

Na última semana, um de seus assessores afirmou que Saied cogitava suspender a Constituição e propor uma versão com emendas a referendo público.

No dia seguinte, a União Geral Tunisiana do Trabalho — proeminente entidade sindical no país — expressou seu repúdio à proposta. Saied aparentemente recuou, ao dizer que qualquer emenda deve ocorrer dentro do texto existente.

O sindicato — assim como o Ennahda, outras forças políticas e democracias ocidentais ligadas à economia tunisiana — exortou o presidente a indicar rapidamente um novo governo e retornar à ordem constitucional no país.

Em seus comentários de ontem, no entanto, reagiu Saied: “O governo é importante. Mas mais importante agora é como funcionará esse novo governo”.

A Tunísia mergulha em uma perigosa armadilha? [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

A Tunísia mergulha em uma perigosa armadilha? [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Categorias
ÁfricaNotíciaTunísia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments