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Aiea consegue acordo com o Irã para monitorar programa nuclear

A Aiea trabalha para garantir a segurança de plantas nucleares como esta, na República Checa. [Foto: IAEA/Dean Calma]

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, terá acesso às câmeras de segurança de dentro das instalações nucleares do Irã, após firmar uma parceria com o governo do país.

O chefe da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visitou a capital Teerã e teve conversas “construtivas” com o vice-presidente da Associação de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami.

Acesso  

No encontro, ficou decidido que serão instalados novos cartões de memória nas câmeras que monitoram o programa nuclear iraniano. Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a Aieia declarou que pelo acordo de “cooperação e confiança mútua” entre as partes, os cartões de memória atuais serão selados e permanecerão no Irã.

Com este acordo, será possível reverter a censura ao Irã, uma decisão tomada por um conselho de alto nível da Aiea após o país não ter cooperado com uma investigação sobre vestígios de urânio encontrados em instalações nucleares não declaradas.

LEIA: Irã convida AIEA para conversar, antes de confrontação com Ocidente

A resolução também colocou em risco a possibilidade de serem retomadas as conversas entre os Estados Unidos e o Irã. Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Compreensivo, que trazia regras sobre o monitoramento da atividade nuclear iraniana e o caminho para a retirada das sanções da ONU.

Falta de confiança  

Um ano depois, em 2019, o governo do Irã anunciou a intenção de continuar enriquecendo urânio. Em fevereiro deste ano, o país declarou que iria parar de implementar medidas de transparência voluntárias sobre o acordo nuclear.

Nesta segunda-feira, durante reunião com o Conselho da Aiea, o diretor da agência declarou que a confiança sobre a capacidade da Aiea continuar informada sobre o programa nuclear iraniano foi diminuindo com o tempo.

AieaAntes de os países construírem uma usina nuclear, a Aiea realiza uma série de protocolos de segurança com aspectos jurídicos e de regulação

Apesar dos avanços, Rafael Grossi afirmou que continua “muito preocupado com a possibilidade de material nuclear estar presente em locais não declarados e que a localização desse material não é de conhecimento da agência.”

Coreia do Norte 

O diretor da Aiea disse ainda que conseguiu retificar a questão mais urgente – a perda iminente de conhecimento sobre o programa nuclear do Irã. Segundo ele, agora existe uma solução.

A Aiea também continua monitorando o programa nuclear da Coreia do Norte, usando imagens de satélite. Nesta segunda-feira, agências de notícias revelaram que o país asiático lançou um míssil de cruzeiro de longo alcance nos primeiros testes realizados em seis meses.

Rafael Grossi afirmou que as atividades nucleares da Coreia do Norte continuam sendo motivo de grande preocupação, em particular os relatos de operações do reator 5MW(e) e do Laboratório Radioquímico. O chefe da Aiea lembrou que a continuação do programa viola as resoluções do Conselho de Segurança.

LEIA: Irã possui 10 kg de urânio enriquecido a 60%, alerta AIEA

Publicado originalmente em  Onu News

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