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Retirada norte-americana do Afeganistão beneficia Israel, diz funcionário dos EUA

Soldados da Força-Tarefa Turca no Afeganistão estão de serviço dentro e ao redor do Aeroporto Internacional Hamid Karzai para ajudar as pessoas que estão esperando pela evacuação, em Cabul, Afeganistão, em 23 de agosto de 2021 [Aykut Karadağ/Agência Anadolu]

Uma autoridade dos EUA defendeu a retirada do país do Afeganistão alegando que isso beneficiaria Israel. Falando em um briefing antes de uma reunião entre o primeiro-ministro israelense de extrema direita, Naftali Bennett, e o presidente dos EUA, Joe Biden, a autoridade não identificada disse que Washington estará em uma posição melhor para direcionar recursos e atenção para seus aliados como Israel, relatou o Times of Israel.

O jornal afirmou que Biden usará a reunião com Bennett para reforçar seu compromisso com o estado de ocupação e outros aliados dos EUA na região.

Washington está redirecionando seus recursos para a ameaça representada pela China e pela Rússia. No entanto, as autoridades americanas rejeitaram uma afirmação freqüentemente relatada por analistas de que o Oriente Médio não é mais uma prioridade para os EUA.

“Nada poderia estar mais longe da verdade”, disse um alto funcionário. “Na verdade, na administração Biden, não estamos buscando […] metas inatingíveis.” Acredita-se que isso signifique que Biden não fará exigências a Israel.

“Não estamos tentando transformar o Oriente Médio. Não estamos tentando derrubar regimes. Estamos seguindo um curso muito firme, centrado em objetivos alcançáveis; alinhamento de fins e meios; e, acima de tudo, apoio aos nossos parceiros e, é claro, Israel incomparavelmente”, acrescentou o funcionário.

Apesar do otimismo cauteloso por parte do governo Biden, revertendo algumas das políticas mais polêmicas do ex-presidente dos EUA, Donald Trump – Biden reabriu a Embaixada da Palestina em Washington, por exemplo, e restaurou a ajuda humanitária aos palestinos – há um novo realismo dentro da América sobre o que é alcançável. Nenhum novo plano de paz deve ser revelado, nem há expectativa de que Israel retorne à mesa de negociações com vistas a encerrar sua brutal ocupação militar da Palestina.

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Bennett vai para a reunião de hoje tendo feito uma promessa renovada de que não haverá um Estado palestino independente sob sua supervisão. Como um ex-líder colono que se opõe à criação de tal estado, Bennett disse que não haveria resolução do conflito com os palestinos no futuro previsível.

As relações dos EUA com o Irã e os chamados Acordos de Abraham, que viram quatro países árabes (Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão) normalizarem as relações com o Estado de ocupação no ano passado, devem ser discutidos durante o encontro Biden-Bennett. Aparentemente, o presidente dos Estados Unidos tentará ver como Israel se sente sobre os Estados Unidos entrarem em um acordo nuclear com o Irã e encontrar maneiras de expandir a lista de países que assinaram os acordos.

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