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Aldeia síria que preserva o ‘idioma de Jesus’ prepara retorno da peregrinação

Estátua da Virgem Maria na aldeia de Maaloula, ao norte de Damasco, capital da Síria, 29 de junho de 2021 [Louai Beshara/AFP via Getty Images]

A aldeia histórica de Maaloula, ao norte de Damasco, capital da Síria, onde locais ainda falam aramaico e um dos mais antigos assentamentos cristãos no mundo, prepara-se para o retorno da peregrinação religiosa da Assunção de Maria, em agosto próximo.

Voluntários se mobilizaram para limpar a área e remover escombros remanescentes, segundo informações da rede de notícias AFP.

Yahya, de 29 anos, ao esfregar um pano úmido sobre uma pichação deixada pela guerra civil, declarou: “Faremos daqui um lugar ainda mais bonito do que costumava ser”.

Situada nas montanhas sírias a cerca de 50 km ao nordeste de Damasco, Maaloula é uma das três aldeias restantes onde o idioma aramaico é preservado.

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A aldeia é designada patrimônio mundial da Unesco e contém dois monastérios antigos: São Sérgio (Sarkis) e Santa Tecla. Segundo a tradição ortodoxa, Tecla (ou Thecla), discípula do apóstolo Paulo, viveu e morreu na região de Maaloula.

Estrategicamente localizada entre Damasco e Homs, a aldeia foi capturada por combatentes do Jabhat al-Nusra, grupo filiado à al-Qaeda, em 2013. A maioria dos cristãos locais foi expulsa de suas terras e igrejas e monastérios foram saqueados, incluindo Santa Tecla.

Treze freiras ortodoxas e três arrumadeiras foram sequestradas pelo grupo e trocadas três meses depois por 150 mulheres mantidas nas cadeias do regime.

Em 2014, a aldeia foi recapturada pelo exército sírio.

O santuário de Santa Tecla foi reaberto no segundo semestre de 2018, após trabalhos de restauração, apesar da guerra civil ainda em curso.

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