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Rússia propõe seis meses de extensão à travessia de Idlib; EUA querem um ano

Manifestação reivindica que seja mantida uma resolução da ONU para autorizar a passagem de ajuda humanitária na travessia de Bab al-Hawa, na fronteira Síria-Turquia, à província de Idlib, em 2 de julho de 2021 [Omar Haj Kadour/AFP via Getty Images]

A Rússia propôs prolongar a abertura da travessia humanitária de Idlib, noroeste da Síria, por seis meses, como potencial meio-termo. Washington, porém, demanda um ano de extensão.

Ao apresentar sua oferta, Moscou solicitou que a votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas seja realizada ainda nesta sexta-feira (9) e sugeriu outro “adiamento possível” ao término dos seis meses previstos até então.

A proposta parece responder a uma sugestão da Irlanda e Noruega — membros não-permanentes do conselho — de manter a travessia aberta por mais um ano.

Após meses insistindo que a fronteira deveria ser fechada indefinidamente conforme o prazo, muitos esperavam que a Rússia vetasse qualquer resolução para mantê-la aberta.

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A oferta parece contrapor a postura inicial do Kremlin, expressamente contrária a travessias operadas pela ONU fora do território controlado por Bashar al-Assad. Moscou, maior aliado do regime sírio, corrobora a tese de violação da soberania nacional.

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, reiterou a posição de seu país. “Somos bastante claros ao dizer que manter o acesso transfronteiriço é um imperativo humanitário, pois milhões de vidas estão em jogo”, afirmou.

Price destacou que o governo do presidente Joe Biden “ouviu muito claramente de agências das Nações Unidas e ongs internacionais que doze meses são essenciais para a entrega adequada de serviços e gestão do longo processo de fornecimento”.

O oficial americano exortou o Conselho de Segurança e a comunidade internacional a “demonstrar que está ao lado do povo sírio, sob cerco e insegurança alimentar”.

O Conselho de Segurança deve votar nesta sexta-feira a resolução proposta por membros ocidentais e, em seguida, a oferta russa. Em 2019, em um contexto semelhante, Rússia e China aplicaram seu poder de veto sobre a primeira votação.

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