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EUA defendem ataques no Iraque e Síria; milícias prometem vingança

Drone militar da coalizão anti-Daesh liderada pelos Estados Unidos, na base aérea de Ain al-Asad, na província de Anbar, oeste do Iraque, 13 de janeiro de 2020 [Ayman Henna/AFP via Getty Images]

Nesta segunda-feira (28), o governo dos Estados Unidos defendeu seus ataques aéreos contra alvos paramilitares no Iraque e na Síria, ao longo do fim de semana, após ambos os países condenarem as ações unilaterais americanas como violação à sua soberania.

Em contrapartida, milícias ligadas ao Irã prometeram retaliar.

As informações são da agência Reuters.

O exército americano alegou atingir alvos operacionais e depósitos de armas em duas localidades na Síria e outra no Iraque, em resposta a ataques a drone conduzidos contra tropas e instalações da coalizão estrangeira em solo iraquiano.

“Tomamos medidas deliberadas, apropriadas e necessárias com o objetivo de limitar o risco de escalada, mas também enviar uma mensagem clara e inequívoca de dissuasão”, declarou o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken.

Grupos paramilitares ligados ao Irã identificaram em nota quatro membros da facção Kata’ib Sayyid al-Shuhada como “mártires” dos ataques na fronteira sírio-iraquiana.

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Bagdá, sob receios de envolver-se em um conflito Washington-Teerã, condenou a ofensiva em seu território e prometeu estudar “opções legais” para evitar reincidência.

Damasco descreveu os ataques como “flagrante violação da santidade de nossas terras”.

O exército iraquiano é bastante próximo das forças americanas, apesar de abranger grupos paramilitares xiitas para combater um inimigo em comum — isto é, células remanescentes da organização terrorista Daesh (Estado Islâmico).

É a segunda vez que Joe Biden ordena uma retaliação contra milícias ligadas ao Irã, desde sua posse em janeiro. No mês seguinte, o presidente americano ordenou uma ofensiva limitada na Síria, em resposta a foguetes lançados contra o território iraquiano.

Dois oficiais americanos, em condição de anonimato, reportaram que grupos paramilitares na região executaram ao menos cinco ataques a drones contra instalações utilizadas por tropas dos Estados Unidos ou da coalizão estrangeira, desde abril.

Enquanto isso, Biden tenta ressuscitar o acordo nuclear iraniano, assinado em 2015 e abandonado por seu predecessor Donald Trump. Os recentes bombardeios americanos ressaltam como Biden busca separar sua diplomacia do engajamento militar.

Opositores do presidente democrata alegam que Teerã não é confiável e destacam os ataques a drone como evidência de que a república islâmica jamais aceitará a presença militar de Washington no Iraque ou na Síria.

O Irã, por sua vez, exortou a Casa Branca a evitar “criar uma crise” na região.

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“Certamente, o que Washington está fazendo é prejudicial à segurança regional e uma das vítimas será justamente Washington”, declarou Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, nesta segunda-feira.

Neste domingo (27), Biden recusou-se a comentar os ataques. Entretanto, reuniu-se hoje com o presidente israelense Reuven Rivlin, em fim de mandato, para debater, entre outras pautas, os esforços para restaurar o acordo nuclear iraniano.

Tel Aviv — arqui-inimigo regional de Teerã — opõe-se veementemente ao tratado.

Em Roma, ainda ontem, o chanceler israelense Yair Lapid reafirmou a Blinken suas reservas sobre as negociações realizadas em Viena, capital da Áustria, e prometeu consertar os “erros” nas relações israelo-americanas dos últimos anos.

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