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Lista Conjunta pede fim de atos provocativos da extrema-direita israelense

Marcha da Bandeira, ato convocado pela extrema-direita israelense, no Portão de Damasco, acesso ao complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 15 de junho de 2021 [Amir Levy/Getty Images]

A chamada Lista Conjunta, coligação dos principais partidos palestinos em Israel, exortou diversas embaixadas a intervir pelo fim de atos provocativos realizados por grupos coloniais de extrema-direita, reportou o jornal israelense The Jerusalem Post.

Cartas foram enviadas nesta sexta-feira (18) aos consulados dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França, entre outros, para alertar contra a possibilidade de um “massacre” caso não haja pressão ao governo israelense para impedir as marchas extremistas.

“As provocações deliberadas ao longo dos territórios palestinos ocupados representam uma oportunidade para a violência colonial contra civis palestinos, com apoio do exército”, relatou a carta dos parlamentares árabes do Knesset.

“Tais eventos podem provocar uma escalada generalizada como a que testemunhamos em maio”, prosseguiu, ao reiterar que os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza deixaram mais de 250 palestinos mortos, incluindo crianças.

“As marchas ocorrem apenas nos territórios palestinos ocupados e, portanto, demandam atenção internacional”, argumentou o documento, ao reivindicar das embaixadas estrangeiras que “façam tudo em seu poder para pressionar Israel a impedir a incitação”.

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O alerta da Lista Conjunta serve de resposta à controversa Marcha da Bandeira, realizada na última terça-feira (15), que recebeu autorização do novo governo israelense para avançar por Jerusalém ocupada, apesar dos apelos palestinos.

A Marcha da Bandeira é um evento anual convocado por colonos ilegais para celebrar a captura de Jerusalém por forças israelenses, em 1967.

A multidão israelense entoou palavras de ordem como “Morte aos árabes”, “Que sua aldeia queime” e “A segunda Nakba está próxima”, em referência à limpeza étnica em curso desde 1947, quando mais de 750 mil palestinos foram expulsos por milícias sionistas.

Alguns parlamentares israelenses participaram da marcha.

Gritos de ‘Morte aos árabes’ são entoados por colonos israelenses em Jerusalém

O racismo expresso durante o ato foi repudiado pelo chanceler israelense Yair Lapid, que compôs uma coalizão de governo com o atual premiê Naftali Bennett, notório ultranacionalista considerado mais radical que seu predecessor, Benjamin Netanyahu.

No Twitter, escreveu o político centrista: “O fato de que há elementos extremistas para os quais a bandeira significa ódio e racismo é revoltante e imperdoável. Isso não é ser judeu ou israelense e definitivamente não é o que simboliza nossa bandeira”.

“Essas pessoas são uma desgraça para a nação de Israel”, concluiu Lapid.

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