Um vídeo mostrando guardas penitenciários israelenses agredindo brutalmente os presos palestinos em uma prisão de Negev foi publicado pela Haaretz. Descrito como um dos mais violentos incidentes contra prisioneiros já vistos em uma prisão israelense, foi relatado que o incidente foi perpetrado por dez guardas em 24 de março de 2019.
Câmeras de segurança documentaram o ataque a 55 prisioneiros palestinos algemados ligados ao Hamas. Eles são vistos debruçados no chão e contidos, enquanto os agentes penitenciários israelenses os esmurram, chutam e batem neles com cassetetes. Os prisioneiros também foram ordenados a não falar ou a não se mover por horas.
De acordo com Haaretz, apenas quatro dos guardas foram investigados pela unidade Lahav 433 do serviço de polícia israelense que investiga os agentes prisionais. Ninguém foi preso. A unidade disse que o motivo oficial da escalada foi um “delinquente desconhecido”. Agora, a investigação foi encerrada.
No momento do incidente, o serviço penitenciário alegou que os guardas tentaram restaurar a ordem na ala por causa de um tumulto após o esfaqueamento de dois oficiais por um “militante do Hamas”. As filmagens não mostraram tal desordem.
Um prisioneiro palestino que apresentou uma queixa sobre o incidente naquela noite descreveu os eventos como “violência brutal e aleatória por parte dos guardas”. Ele disse que um guarda o espancou sete ou oito vezes com um bastão de ferro.
LEIA: Polícia de Israel prende sete por agredir um idoso árabe
Ali Da’ana, cumprindo uma pena de 20 anos por tentativa de assassinato, disse: “Fui espancado impiedosamente por guardas mascarados enquanto estava deitado no chão, sem nenhuma razão. Foi uma vingança. Eu disse a um deles que eu tinha uma doença crônica e ele disse que isso não importava. Eles continuaram batendo”.
De acordo com a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, cerca de 95 por cento dos prisioneiros palestinos em Israel sofrem maus-tratos e torturas durante sua detenção e interrogatório.
Desde que Israel iniciou sua ocupação militar em 1967, prendeu quase 800 mil palestinos. Cerca de 4.500 estão detidos atualmente, dos quais mais de 350 estão encarcerados sem acusação nem julgamento.
Este conteúdo da Middle East Monitor está licenciado sob uma Internacional Creative Commons Atribuição Não Comercial de Livre Compartilhamento (Attribution-NonCommercial-ShareAlike) 4.0.. Se a imagem tiver nosso crédito, essa licença também se aplica a ela. O que isso significa? Para permissões além do escopo desta licença, entre em contato conosco.
Detectou um erro nesta página? Informe-nos
