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Frente Ampla do Uruguai critica o governo israelense e manifesta solidariedade com a Palestina

Mural em defesa da palestina criado coletivamente pelo Comitê Palestina Livre do Uruguai, em Montevidéu, em 19 de janeiro de 2018 [Comitê Palestina Livre/Uruguai]
Mural em defesa da palestina criado coletivamente pelo Comitê Palestina Livre do Uruguai, em Montevidéu, em 19 de janeiro de 2018 [Comitê Palestina Livre/Uruguai]

A Frente Ampla (FA) do Uruguai, coligação de partidos de centro-esquerda que esteve no poder com Tabaré Vázquez e José Mujica, emitiu nesta sexta-feira (21), uma declaração sobre a escalada de violência entre Israel e Palestina. A FA declarou solidariedade com o povo e o Estado palestino e condenou o uso desproporcional da força pelo governo de Benjamin Netanyahu.

O Gabinete Político da FA se reuniu e expressou “profunda preocupação e tristeza” pela recente escalada de violência, que resultou “em morte e destruição”. Eles afirmam que “o atual conflito foi provocado pelos despejos iminentes de famílias palestinas em Jerusalém Oriental pelo governo israelense e pela demolição de suas casas. As manifestações contra esta ação unilateral receberam uma resposta violenta e inaceitável do Governo israelense, que, sob o pretexto de defender seu sob o pretexto de defender sua segurança, procura se impor ao povo palestino.”

“Estes atos violentos e prepotentes contra os residentes palestinos representam a negação sistemática e intencional do governo israelense do direito do povo palestino à autodeterminação, incluindo, além disso, ações violentas da polícia contra seu povo exercendo seu direito de adoração na mesquita de al-Aqsa durante o mês santo do Ramadã. durante o mês santo do Ramadã”, criticam.

Os políticos uruguaios dizem que a guerra teve um impacto dramático na região, se solidarizam com todas as vítimas e condenam “todos os atos de violência, violações dos direitos humanos, uso desproporcional da força pelo governo de Netanyahu e todas as formas de retaliação contra a população civil, sem exceção”.

“Esta força política expressa sua solidariedade com o povo e o Estado palestino, reafirmando o respeito ao direito internacional e o reconhecimento da soberania de ambas as nações, assim como reivindica a resolução nº 2334 das Nações Unidas, de 23 de dezembro de 2016, exigindo que Israel a respeite”.

A FA diz que o governo do Uruguai reconhece a necessidade de dois Estados soberanos com fronteiras seguras desde 1948 e exige que o governo atual defenda essa posição histórica internacionalmente. “A este respeito, a posição atual, que mostrava solidariedade com apenas um dos lados do conflito envolvido, era preocupante”. O governo uruguaio soltou uma nota criticando o Hamas em Gaza, mas sem mencionar os ataques israelenses, em uma manifestação clara de seu posicionamento pró-Israel.

Sobre o cessar-fogo desta sexta-feira, a Frente Ampla diz ter esperança de que constitua o “o início de um diálogo político necessário para a resolução pacífica de disputas. A comunidade internacional enfrenta agora o desafio e o compromisso de colaborar para garantir o cessar-fogo e o diálogo”.

A embaixada de Israel no Uruguai respondeu à declaração em um comunicado afirmando que respeita a FA como um partido político em um estado democrático, mas que eles estavam aceitando “uma narrativa distorcida”. O comunicado foi uma longa crítica ao Hamas, onde a embaixada colocou toda a culpa dos conflito no movimento islâmico, afirmando que ele “provocou Israel de forma calculada” dando inicio a escalada da violência. Segundo eles, as famílias palestinas em Jerusalém nunca foram despejadas e a guerra não era contra a Palestina, mas contra o Hamas.

“Israel limitou-se apenas a atingir alvos militares do Hamas, tais como fábricas e depósitos de mísseis, lançadores de foguetes e a infraestrutura terrorista que o Hamas utiliza para atacar a população israelense. Israel não teve como alvo os civis e fez todos os esforços para minimizar o impacto sobre a população civil de Gaza”, diz a embaixada. Os onze dias de agressão israelense na Faixa de Gaza deixaram 248 palestinos mortos, incluindo 66 crianças, 39 mulheres e 17 idosos; cerca de dois mil palestinos ficaram feridos.

LEIA: Líderes latino-americanos do Grupo de Puebla se manifestam sobre Palestina e Colômbia

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