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Palestinos exilados no Brasil escrevem ao seu povo sobre resistência e os 73 anos de Nakba

Ato em frente ao estádio do Pacaembu ao final da carreata pelo fim do massacre palestino, em São Paulo, 15 de maio de 2021 [Lina Bakr/ Monitor do Oriente Médio]
Ato em frente ao estádio do Pacaembu ao final da carreata pelo fim do massacre palestino, em São Paulo, 15 de maio de 2021 [Lina Bakr/ Monitor do Oriente Médio]

A Federação Árabe Palestina no Brasil (FEPAL), entidade que representa a diáspora palestina no Brasil, escreveu uma carta destinada ao seu povo que ainda resiste na terra Palestina. O texto fala sobre a Nakba, a resistência e o exílio; elogiando o heroísmo dos palestinos que continuarão lutando “até que a Palestina seja livre”. A epístola foi assinada pelo presidente da FEPAL, Ualid Rabah e escrita no dia 15 de maio, que marca o 73º ano da Nakba.

O documento foi entregue na manhã deste sábado (15), ao embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzebem, em Brasília. Ualid Rabah leu a carta durante o ato em solidariedade ao povo palestino em Curitiba.

Dedicada aos “irmãos e irmãs que combatem” na Palestina, “que lutam, ainda sob escombros e cadáveres, em cada polegada desta Terra Santa”, a carta diz: “cá estamos, pelo 73º ano consecutivo, lembrando da Nakba, a catástrofe que nos acometeu a partir de 15 de maio de 1948 e que jamais cessou, conforme o comprovam os acontecimentos destes dias, de mais destruição, de mais expulsões, de mais inocentes assassinados pela sanguinária máquina de guerra dos estrangeiros sionistas, denominados israelenses desde que se autoproclaram estado nas terras que nos roubaram”.

“Nos dirigimos a vós a partir do exílio, talvez a forma mais perversa, dramática e dolorida de existência humana. Vivemos na diáspora, em exílio, porque houve um dia infame, a 73 anos atrás, 15 de maio, no qual os estrangeiros euro-judeus promoveram a tomada da Palestina e nela praticaram hediondos crimes de guerra e de lesa humanidade, de matança e de expulsão massiva de nosso povo, ação planejada de limpeza étnica”, escrevem.

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Os palestinos no Brasil, representados pela FEPAL, falam que jamais irão se esquecer da Palestina e que continuarão lutando, reconhecendo que a luta não se compara a do povo na Palestina. “Aqui não há cadáveres, nem seus sangues a encharcar a terra sagrada da Palestina, misturados às infinitas lágrimas daqueles e daquelas que pranteiam seus mártires”, dizem. “Não há, neste exílio, diante de nós, a fúria assassina de Israel, nem seu regime obsceno de apartheid”.

“Entretanto, estejam certos que neste exílio sofremos seus sofrimentos, pois seguimos palestinos, apenas em diáspora. E neste exílio lutamos a luta que nos é possível por uma Palestina Livre, que tenha Jerusalém sua capital, para a qual retornem seus refugiados, na qual estejam livres todos os aprisionados pela ocupação, cujo único “crime” alegado foi o de resistir à opressão. Uma Palestina soberana na qual possamos honrar, todos os dias, nossos mártires”, afirmam.

Com admiração, escrevem que seguirão lutando juntos, por tantos anos quantos forem necessários, “ainda que sejam mais 73 anos, ainda que sejam de mais e mais nakbas, até que a Palestina seja livre”.

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