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Bolsonaro critica a prisão de Jeanine Áñez, acusada de golpe na Bolívia

Ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, chega a La Paz após ser detida em Beni sob acusação de golpe de Estado, em 13 de março de 2021 [Ricardo Carvallo Terán/ABI]
Ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, chega a La Paz após ser detida em Beni sob acusação de golpe de Estado, em 13 de março de 2021 [Ricardo Carvallo Terán/ABI]

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro se manifestou nesta terça-feira (16) contra a prisão da ex-presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez. Durante encontro virtual de líderes do Prosul, Bolsonaro afirmou que a acusação de golpe parecia “totalmente descabida”.

“Nos preocupam os acontecimentos em curso na Bolívia, nosso vizinho e país irmão, onde a ex-presidente Jeanine Áñez e outras autoridades foram presas, sob a alegação de participação em golpe, que nos parece totalmente descabida. Esperamos que a Bolívia mantenha em plena vigência o Estado de direito e a convivência democrática”, disse em seu discurso.

O Itamaraty também emitiu uma nota à imprensa com seu posicionamento sobre o caso, alegando acompanhar “com preocupação os acontecimentos em curso na Bolívia” e que o “governo brasileiro espera que o Estado de Direito seja plenamente respeitado na Bolívia no processo movido contra a ex-Presidente e outras autoridades”. A nota também lembra do apoio do Brasil à posse de Jeanine Áñez.

A política conservadora Jeanine Áñez foi presa neste sábado (13), na cidade de Trinidade, sob acusações de conspiração, sedição e terrorismo. Ela é suspeita de ter participado de uma conspiração para tirar Evo Morales do poder, em 2019. Segundo as autoridades, Áñez estava escondida dentro de uma cama box no momento de sua prisão, na tentativa de burlar a operação policial.

“Assim foi encontrada a ex-presidente interina, Jeanine Áñez, que estava escondida em uma cama box para burlar a intensa operação policial realizada nas investigações pelo ‘Caso Golpe de Estado'”, publicou a Agência Boliviana de Informação.

No domingo, a justiça ordenou a prisão preventiva da política por quatro meses, enquanto investiga o caso.  As alegações são de que Áñez usou aliados nas forças de segurança para forçar Morales a renunciar, acusado de fraude eleitoral, e depois autoproclamar-se presidente interina.

Na televisão estatal, o ministro da Justiça, Iván Lima, afirmou que pedirá pena de prisão de 30 anos caso ela seja condenada. Afirmou também, que o Estado estudará as acusações adicionais de corrupção e de abusos graves dos direitos humanos.

“É a prática “socialista”, eles mentem sem corar, eles reescrevem histórias para justificar abusos. Não foi um golpe, foi uma sucessão constitucional por fraude eleitoral”, Jeanine Áñez se defendeu no Twitter, sexta-feira.

Em outubro de 2019, Evo Morales venceu as eleições, no que seria seu quarto mandato presidencial consecutivo. Entretanto, foi acusado sem provas de fraudar as eleições para garantir a vitória em primeiro turno. Diante de grande pressão política e popular da direita, Morales renunciou e fugiu do país.

Na época, Áñez era a segunda vice-presidente do Senado e se proclamou presidente interina da Bolívia em novembro de 2019. Durante o seu governo de 11 meses, Áñez restabeleceu as relações diplomáticas com Israel, rompidas desde 2009.

O partido de Evo Morales, MAS, retornou ao poder nas últimas eleições de outubro, com a vitória de Luis Arce na presidência, permitindo que Evo voltasse do exílio. No mês passado, o presidente Arce assinou um decreto revogando a decisão de Áñez de suspender a exigência de vistos para a entrada de cidadãos de Israel e Estados Unidos.

LEIA: O checkpoint para israelenses na Bolívia e o fim da reciprocidade no Brasil

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