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Em despedida de embaixador de Israel, Bolsonaro diz que amigo e parceiro vai deixar saudades

O presidente Jair Bolsonaro e o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, participam da cerimônia comemorativa dos 71 anos do Estado de Israel, em Brasília. [Foto Alan Santos/PR]
O presidente Jair Bolsonaro e o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley. [Foto Alan Santos/PR]

Neste sábado (27), Yossi Shelley ofereceu um almoço de despedida na Embaixada de Israel com a presença de Bolsonaro e sua família. Em discurso, Jair Bolsonaro afirmou que seu governo restabeleceu e potencializou a ligação entre Brasil e Israel. O presidente pediu que Shelley permanecesse no país, mesmo fora do cargo, e o chamou de grande amigo. No evento, os convidados não usavam máscaras e nem respeitavam o distanciamento social.

“Estive, na minha vida, no total, três vezes em Israel, duas vezes como presidente… Um bom relacionamento com Benjamin Netanyahu. Evoluímos, e muito. Praticamente havia rompido, né, esta ligação entre Brasil e Israel em governos anteriores. Nós restabelecemos e potencializamos”, disse o presidente.

As relações diplomáticas entre os dois países nunca foram rompidas. As relações se estremeceram quando, em 2014, o governo brasileiro classificou como “inaceitável” a escalada de violência na faixa de Gaza. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense respondeu, chamando o Brasil de “anão-diplomático”.  Em 2015 houve outro estranhamento com a rejeição da presidenta  Dilma Rousseff à indicação de Dani Dayan para a embaixada no Brasil, por ser um conhecido entusiasta dos assentamentos ilegais da Palestina. Em 2017, após o impeachment de Dilma, o impasse foi finalizado com a nomeação de Yossi Shelley para o cargo.

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro postou no seu twitter um vídeo com o discurso de seu pai. “Vai deixar saudades pelo belo trabalho de desenvolvido. Arrisco-me a dizer que Brasil e Israel hoje são pátrias irmãs”, escreveu o filho do presidente.

Yossi Shelley publicou sobre a sua despedida elogiando Bolsonaro e a amizade entre os dois. Ele anunciou que, “em retribuição à amizade”, presenteou o presidente e a primeira-dama com uma Hanukiá (o candelabro símbolo do Hanuká), uma Mezuzá (rolo de pergaminho com mandamento da Torá) e uma obra de arte.

“Já são quase quatro anos que nos conhecemos e mais de dois anos de parceria forte e amizade que jamais esquecerei! Muito obrigado ao querido presidente Jair Bolsonaro e sua família, que tanto estimo, pelo grande apoio ao meu trabalho no Brasil e por serem verdadeiros amigos de Israel, isso muito me orgulha e me faz ter a certeza de que este laço fraterno entre nossos países seguirá prosperando. Foi uma honra servir ao meu país no Brasil!”, escreveu em postagem que compartilhava fotos do encontro e o vídeo com o discurso de Bolsonaro.

O presidente Bolsonaro declarou que o embaixador ficaria marcado em sua vida como um grande amigo e pediu que permaneça no país, mesmo não sendo embaixador. Shelley concordou com o pedido.

“Tenho certeza que quem substituí-lo aqui também fará um trabalho muito bom pelos nossos países. Eu só tenho a agradecer. O Shelley fica para sempre marcado na minha vida como grande, não embaixador, mas amigo acima de tudo. Porque, realmente, ele sempre teve as portas abertas. Em alguns momentos precisei dele e imediatamente ele me atendeu e nós resolvemos aqueles problemas no momento. muito feliz com o passar dele aqui. Agradeço a Deus. Peço que ele seja bastante feliz e que fique no Brasil, mesmo não sendo embaixador”, disse Bolsonaro.

Apesar da pandemia de covid-19 e das recomendações para evitar o contágio, o almoço reuniu ao menos quinze pessoas, que não usavam máscaras e nem respeitavam o distanciamento social. O encontro em Brasília reuniu o presidente, a primeira-dama Michele Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro com a esposa e filha Georgia, de apenas cinco meses, diplomatas da embaixada e a família de Fabio Wajngarten, secretário especial de Comunicação Social.

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